segunda-feira, 9 de maio de 2016

Assim Que Se Governa Para Os Pobres.



                                               
                                       Aos Poucos a Farsa Vai 
                      Se Esfarelando!


Dilma aumenta a prestação do Minha Casa e nova prestação começa a vigorar sob Temer!


A clientela mais pobre do ‘Minha Casa, Minha Vida’ terá uma desagradável surpresa. A partir de 1º de julho, os beneficiários do programa habitacional com renda familiar de até R$ 1,8 mil pagarão prestações mais caras. Nessa faixa, o valor mínimo mensal passará de R$ 25 para para R$ 80. Um salto de 220%. O valor máximo subirá de R$ 80 para R$ 270. Um salto ainda maior: 237,5%.
Na quarta-feira (11), o Senado se reúne para votar a admissibilidade do processo de impeachment. Confirmando-se a tendência de afastamento de Dilma Rousseff por até seis meses, os reajustes baixados por ela começarão a ser cobrados sob a presidência de Michel Temer. Farejando a oportunidade, Dilma joga na confusão. Difunde a tese segundo a qual Temer e seus auxiliares são inimigos do social.
Há três dias, Dilma discursou numa cerimônia de entrega de casas em Santarém, no Pará. Suas palavras foram transmitidas simultaneamente para outras cidades onde houve distribuição de chaves —no Rio, em Minas, no Ceará e na Bahia. A presidente animou a plateia ao discorrer sobre cifras:
“Eu vou fazer uma pergunta: quem aqui pagava aluguel de até R$ 100,00? Ninguém. Até  R$ 200,00? Até R$ 300,00? Quem vivia de favor? Quem vivia em área de risco? Sabe quanto que vocês vão pagar no programa Minha Casa, Minha Vida, não só vocês aqui, mas o pessoal de todas as cidades? Entre R$ 25 e R$ 50. E vão ter a casa própria de vocês.”
Dilma não fez menção ao iminente reajuste no preço das prestações. Preferiu falar do “golpe” de que se julga vítima. Sem citar o nome de Temer, insinuou que, querem derrubá-la para “acabar, reduzir ou rever o Minha Casa, Minha Vida.” Perguntou: “Como é que uma pessoa que quer fazer isso resolve o problema dela?” Apressou-se em responder: “Faz uma eleição indireta e veste a eleição indireta com a roupa do impeachment…”
Uma semana antes desse discurso de Dilma, o Banco do Brasil, um dos agentes financeiros do programa habitacional do governo, começou a endereçar cartas para prefeituras que participam de empreendimentos do Minha Casa, Minha Vida. Anotou:
“Cientes da importância do programa governamental Minha Casa, Minha vida —PMCMV—, vimos informar-lhe das alterações dos valores das prestações dos empreendimentos […], Faixa 1, a partir de 01/07/2016, conforme abaixo estabelecido através da portaria ministerial número 99 de 30/03/2016:
– Prestação mínima atual R$ 25,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 80,00.
– Prestação máxima atual R$ 80,00 – a partir de 01/07/2016 R$ 270,00”
Fonte: http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

terça-feira, 19 de abril de 2016




EDUARDO CONSETINO DA CUNHA, deputado Federal PMDB-RJ
Conduziu processo de Impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff na câmara dos deputados sob protestos dos petistas por ser investigado em processo no STF que vão desde falsificação de documentos até manipulação de licitações entre outros.
JOSÉ RENAN VASCONCELOS CALHEIROS, Senador PMDB-AL
Vai conduzir o processo de Impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff no senado Federal. Renan também é investigado no supremo pelos crimes de peculato, falsidade ideológica e uso de documento falso, mas isso parece não incomodar nem um pouco os radicais petistas!
A diferença?; Cunha é inimigo declarado do governo Dilma enquanto Renan é aliado declarado e ultimo escudo da presidente no processo que pode faze-la perder o mandato!
Curioso não??

segunda-feira, 27 de outubro de 2014



Por: Josias de Souza.  http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/

Após prevalecer sobre Aécio Neves na mais apertada disputa presidencial da história do país, Dilma Rousseff fez um ótimo discurso protocolar. Manifestou o desejo de “construir pontes” com todos os setores da sociedade. Declarou-se aberta ao “diálogo”. E prometeu honrar o desejo de mudança manifestado pelo eleitorado.
“Algumas vezes na história, os resultados apertados produziram mudanças mais fortes e rápidas do que as vitórias amplas”, leu Dilma. “É essa a minha esperança. Ou melhor, a minha certeza do que vai ocorrer…”
O futuro de Dilma chegou com tal rapidez que virou, ali mesmo, no púlpito da vitória, um futuro do pretérito. O amanhã da presidente reeleita estava gravado nas rugas da terrível cara de ontem dos aliados que a acompanham hoje.
Lá estava o vice-presidente Michel Temer, cujo partido, o PMDB, se equipa para reconduzir Renan Calheiros à presidência do Senado e acomodar Eduardo Cunha no comando da Câmara.
Lá estava Ciro Nogueira, presidente do PP, o partido que mordia propinas na diretoria de Abastecimento da Petrobras na época do ex-diretor Paulo Roberto Costa, hoje delator e corrupto confesso.
Lá estava Rui Falcão, presidente de um PT prestes a arrostar escândalo maior do que o do mensalão. Lá estava Antonio Carlos Rodrigues, do PR, uma legenda comandada pelo presidiário Valdemar Costa Neto, do escândalo anterior.
Lá estava Carlos Lupi, varrido em 2011 da pasta do Trabalho, ainda hoje sob domínio do PDT e sob investigação da Polícia Federal.
Lá estavam Gilberto Kassab, Vitor Paulo, e Eurípedes Júnior, cujas legendas —PSD, PRB e Pros— são eloquentes evidências de que o país precisa de uma reforma política. Será a primeira reforma, anunciou a re-presidente.
A alturas tantas, Dilma soou assim: “Terei um compromisso rigoroso com o combate à corrupção e com a proposição de mudanças na legislação atual para acabar com a impunidade, que é protetora da corrupção.”
A frase chega com 12 anos de atraso. 
Lula, que também estava lá, deveria tê-la transformado em mantra desde 2003. Preferiu honrar as alianças esdrúxulas a salvar a biografia. Subverteu até a semântica, apelidando o cinismo de “amadurecimento político”.
Dilma retorna ao Planalto embalada pelo pior tipo de ilusão que um presidente pode ter: a ilusão de que preside. Seu poder efetivo não vai muito além dos três andares da sede do governo. Fora desses limites todo governante é, por assim dizer, governado pelas pressões da economia e pelos entrechoques das forças contraditórias que o cercam.
O que a presidente reeleita pode fazer para aproveitar o embalo do efêmero triunfo eleitoral é projetar as aparências do poder. Que a internet e os meios de tradicionais de comunicação cuidariam de propagar.
Para espelhar a imagem que o eleitor projetou nela, falta a Dilma uma disposição de zagueiro à antiga. Do tipo que mira o calcanhar adversário nas primeiras entradas do jogo, de modo a não deixar dúvidas sobre quem manda na grande área.
O problema é que os inimigos de Dilma estão muito próximos dela. A re-presidente teria de distribuir pontapés na turma do seu próprio time. Do contrário, perceberá logo, logo que o tempo no segundo mandato não passa. Já passou!
Fonte:http://josiasdesouza.blogosfera.uol.com.br/


sábado, 25 de outubro de 2014

     Atentado a Democracia ou o Ovo da Serpente do pt!!!

Muitos questionam - Inclusive petistas - o baixo desempenho de Dilma em debates, atribuindo o seu nevosismo a uma suposta agressividade do seu oponente Aécio Neves e acusando-o de ser desrespeitoso com a presidente-candidata.
O que poucos sabem é que Dilma nunca sonhou nem foi preparada para ser presidente de uma nação, principalmente uma nação como o Brasil.
Dilma é uma invenção de Lula que tinha na sua mente megalomaníaca todo um plano já traçado para um projeto de perpetuação do poder durante tantos anos quantos fossem possíveis! Na sua linha sucessória estava o ex-ministro da casa civil e agora presidiário, José Dirceu, engolido pelo esquema do mensalão tido como o chefe da organização criminosa e dando sua cabeça em defesa do verdadeiro chefe do esquema que era o próprio Lula, levando na avalanche nomes de peso da cúpula do partido. Em segundo plano vinha o ex-deputado e então ministro da Fazenda em 2006, Antonio Palocci, também engolido pelo escândalo que ficou conhecido como "O caso do caseiro Francenildo Costa." Francenildo era caseiro da mansão quando denunciou o funcionamento da chamada "casa do lobby" em Brasília, uma mansão no Lago Sul de Brasilia alugada pelos ex-assessores da Prefeitura de Ribeirão Preto, Rogério Buratti e Vladimir Poleto, onde haveria festas, negócios obscuros e partilha de dinheiro.
Esse são os fatos! Verdades, cada um pode ter a sua, mas contra fatos não existe argumentos!! Muitos se arvoram nesse período de eleição a defender esse ou acusar aquele, baseado em noticias divulgados pelos cabos eleitorais dos seus partidos, muitas vezes com pouco ou nenhum compromisso com a verdade! Fazem como aqueles torcedores que só se interessam pelo seu time quando ele está na final do campeonato.
Quem conhece Dilma de perto, afirma que ela é autoritária, rude e extremamente mal educada com os seus subalternos, que não reage bem quando é contrariada, basta observar o seu semblante nos debates quando é inquerida sobre alguma questão que a incomoda.
Pousa de vitima de um regime que combateu, inclusive promovendo roubos e assassinatos, com o único intuito de implementar o seu próprio regime, que é esse que aos poucos se desenha pelas mãos perversas e doentias dos seus companheiros: Desqualificação dos adversários, cerceamento de liberdades, autoritarismo, aparelhamento do estado e o pior: CORRUPÇÃO, MUITA CORRUPÇÃO!! Sonhando em transformar a nossa democracia conquistada a duras penas em uma ditadura branca, uma nova Cuba.
Volto a afirmar o que tenho dito em conversas com Amigos: Aécio Neves está longe de ser o candidato dos meus sonhos, mas é no momento o único remédio que temos para combater esse câncer chamado pt, que se instalou no seio do nosso país! Pode ser um remédio amargo, eu reconheço, mas é o único, capaz de salvar a nossa democracia da morte.




Receita de Aécio para acabar com a corrupção: tire o PT do poder



Ricardo Noblat

Nem que a vaca tussa, Dilma Rousseff responderá à pergunta que Aécio Neves lhe fez duas vezes, ontem à noite, durante o debate entre os candidatos a presidente promovido pela Rede Globo de Televisão.
A pergunta: “O que a senhora tem a dizer sobre os mensaleiros do PT condenados pela Justiça e que estão presos?”
Dilma nada tem a dizer. Não teve no debate da Globo e tampouco nos demais debates do primeiro ou do segundo turno. Como é possível que uma presidente da República nada tenha a dizer sobre um assunto desses?
Como se viu, entre nós, é possível sim. Não responder a perguntas incômodas é considerado por um povo que se acha esperto uma prova de grande esperteza – de fraqueza ou medo, jamais.
O debate foi dividido em quatro blocos. Em dois, candidato perguntou a candidato. Nos outros dois, eleitores indecisos perguntaram aos candidatos. O primeiro bloco, onde os candidatos se confrontaram, terminou empatado.
Aécio ganhou com folga os três blocos seguintes. Respondeu às perguntas com tranquilidade. Protagonizou os momentos marcantes do debate. Deixou Dilma atrapalhada várias vezes. E se saiu melhor ao ser interrogado pelos eleitores indecisos.
Cometeu uma frase matadora, destinada à passar à história dos debates. Foi quando uma eleitora perguntou o que poderia ser feito para acabar com a corrupção. Aécio disse: “Existe uma medida para acabar com a corrupção: tirar o PT do governo!”
Fonte:http://noblat.oglobo.globo.com/

segunda-feira, 14 de abril de 2014

 Foto: Dida Sampaio / Estadão Conteúdo 

   

 Marina, o vice que faz diferença.



E assim se passaram seis meses desde que Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente do governo Lula, filiou-se ao PSB e anunciou seu apoio a Eduardo Campos, pré-candidato do partido à sucessão da presidente Dilma Rousseff.
Naquela ocasião, em particular, Marina disse a Eduardo que seria sua vice caso isso o ajudasse a se eleger. Esta tarde, em Brasília, Marina dirá que é candidata a vice de Eduardo.
Na eleição de 2010, com pouquíssimo dinheiro para fazer campanha e apenas um minuto de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão, Marina teve um desempenho surpreendente.
Em percentuais redondos, Dilma conseguiu 47% dos votos válidos no primeiro turno, José Serra 33% e ela, 19%.
Marina venceu no Distrito Federal. Derrotou Serra no Amapá, Amazonas, Pernambuco e Rio. E empatou com Serra no Ceará.
Nos três maiores colégios eleitorais, colheu 20% dos votos (São Paulo), 44% (Rio) e 21% (Minas Gerais).
Imaginou concorrer outra vez em outubro próximo. Mas não registrou seu partido, a REDE, em tempo hábil.
Foi por isso que procurou abrigo no PSB.


A mais recente pesquisa do instituto Datafolha apontou Marina, no momento, como o único nome que seria capaz de levar a eleição presidencial para o segundo turno.
Contra Dilma (39%) e Aécio (16%), ela reúne 27% das intenções de voto. Está destinada a ser a maior eleitora de Campos.
A pedido de um partido, pesquisa feita por telefone no último dia 10 no Distrito Federal ouviu 2.329 eleitores.
Respostas à pergunta sobre como evoluiu a situação do Brasil “nos últimos anos”: está cada vez pior (63%); cada vez melhor (15%), e igual (22%).
Aprovam a administração Dilma, 25.6%. Desaprovam, 64.8%.
Intenção de voto para presidente: Dilma, 22%, Aécio, 22%, Eduardo, 15%, e nenhum, 35%.
Intenção de voto com os prováveis vices: Dilma e Michel Temer, 22%; Aécio e Aloysio Nunes, 21%; Eduardo e
Marina, 40%. Votos brancos, nulos e “não sabem”, 17%.
Marina e Eduardo planejam visitar até junho as 150 maiores cidades do país.
Em entrevista à VEJA, Mauro Paulino, diretor do Datafolha, disse que a alta rejeição à classe política, o desejo de mudança do eleitorado e a Copa do Mundo fazem desta eleição a mais imprevisível desde a primeira pelo voto direto depois dos 21 anos da ditadura militar.
A aversão aos políticos elegeu Collor em 1989. Agora ela é maior.
O desejo de mudança é compartilhado por sete de cada 10 brasileiros. Seis em cada 10 acham que a inflação vai aumentar.
Caiu de 87% para 78% o percentual dos que se orgulham de ser brasileiros. É a primeira vez que isso acontece nos últimos 13 anos. E o percentual dos que afirmam ter vergonha de ser brasileiros cresceu de 11% para 20%.
Só 60% dos brasileiros ouviram falar de Aécio Neves, pré-candidato do PSDB a presidente da República, mas não o conhecem.
São 75% os que apenas ouviram falar de Campos. Os dois são bem avaliados onde são conhecidos.
Campos é o candidato de oposição com mais chance de atrair os eleitores descontentes, observa Paulino.
A importância dos partidos foi nenhuma para eleger Collor.
O PSDB era pequeno quando elegeu Fernando Henrique presidente.
O PT também quando Lula se elegeu pela primeira vez.
O PSB de Campos é um partido pequeno, embora tenha sido o que mais cresceu nas eleições municipais de há dois anos.
A dupla Campos e Marina é de fato uma possibilidade real de poder.

Por: Ricardo Noblat
http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

terça-feira, 11 de março de 2014

A Novela Sem Fim.

                             


O PT mal teve tempo de festejar a decisão do STF que, ao absolver José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares do crime de formação de quadrilha, estabeleceu que os criminosos hospedados na Papuda são apenas corruptos: informações confinadas no reduzido espaço que não foi confiscado pelo noticiário do Carnaval avisaram que a ressurreição do caso protagonizado em parceria por Lula e Rosemary Noronha poderá prolongar a insônia dos companheiros por mais alguns meses.
Abafada pela cantoria dos blocos e pelas baterias das escolas de samba, a segunda etapa do cortejo de maracutaias e vigarices aberto em novembro de 2012 pela Operação Porto Seguro, coordenada pela Polícia Federal, começou neste  28 de fevereiro, depois que o juiz Fernando Américo de Figueiredo Porto, da 5ª Vara Federal Criminal em São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra 18 participantes da quadrilha especializada em tráfico de influência e no comércio de pareceres emitidos por agências reguladoras. Entre os destaques do escândalo figura a amiga íntima que Lula instalou em 2004 na chefia do escritório da Presidência da República em São Paulo.



http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/tag/mensalao/

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Mensalão




                                         POLÍTICA

                         Ironia da história.


Carlos Alberto Sardenberg, O Globo

Vamos falar francamente: os jovens da esquerda revolucionária dos anos 60 e 70 nunca lutaram pela democracia. Não, pelo menos, por esta que temos hoje e que vem sendo aperfeiçoada desde 1985.
Todos que participaram dos partidos, movimentos, vanguardas e alas daquela época sabem perfeitamente que se lutava pela derrubada do capitalismo e pela implantação aqui de um regime tipo cubano.
E, se não quiserem ou não acreditarem em depoimentos pessoais, basta consultar os documentos produzidos por aqueles grupos.
Poderão, então, verificar, que a única grande divergência entre eles estava no processo. Para alguns, a revolução comunista viria pela guerrilha a partir do campo, no modelo cubano. Para outros, o capitalismo seria derrubado pela classe operária urbana que se formava no Brasil em consequência do próprio desenvolvimento capitalista.
Derrubar o regime dos militares brasileiros não era uma finalidade em si. Aliás, alguns grupos achavam que a instauração de uma “democracia burguesa” seria contraproducente, pois criaria uma ilusão nas classes oprimidas. Estas poderiam se conformar com a busca “apenas” de salários, benefícios, casa própria, carro etc., em vez de lutarem pelo socialismo.
Pois foi exatamente o que aconteceu. E, por uma dessas ironias da história, sob a condução e a liderança de Lula!
Uma vez perguntaram a Lula, preso no Dops de São Paulo: você é comunista? E ele:sou torneiro-mecânico.
Uma frase que diz muito. De fato, o ex-presidente jamais pertenceu à esquerda revolucionária. Juntou-se com parte dela, deixou correr o discurso, mas seu comportamento dominante sempre foi o de líder sindical em busca de melhores condições para os trabalhadores da indústria.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012



Irmão de Celso Daniel, cujo assassinato completa dez anos nesta quarta, deu entrevista bombástica à Band; disse que o atual secretário-geral da Presidência levou R$ 1,2 milhão da propina arrecadada em Santo André para a campanha de Lula em 2002; “Meu irmão deu a vida pelo PT”, disse ele.


Brasil 247

Depois de se exilar em Paris, Bruno Daniel, um dos irmãos de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP) que foi assassinado brutalmente no dia 18 de janeiro de 2002, está de volta ao Brasil. E deu uma entrevista exclusiva à TV Bandeirantes, que acaba de ser levada ao ar no jornal da Band. “Meu irmão deu a vida pelo PT”, disse Bruno Daniel.

Ele afirmou que o ex-prefeito comandava um esquema de arrecadação de propinas em Santo André, para financiar campanhas do PT – inclusive a disputa de 2002, que levou Luiz Inácio Lula da Silva ao poder. Bruno conta que a revelação foi feita pelo ex-secretário de Santo André e atual secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

“Ele nos contou que levou R$ 1,2 milhão em espécie para o PT no seu corsinha preto”, disse Bruno Daniel. O valor teria sido entregue ao então presidente nacional do partido, José Dirceu.

O assassinato de Celso Daniel completa dez anos nesta quarta-feira. O empresário e ex-assessor da prefeitura de Santo André, Sérgio Gomes da Silva, o “Sombra”, deve ser julgado neste ano como mandante do crime.

De acordo com a reportagem exibida pela Band, Celso Daniel comandava o esquema de arrecadação de propinas, mas não concordava com a destinação de recursos para finalidades não partidárias. Por isso, teria sido assassinado, assim como várias pessoas que presenciaram o jantar entre Celso Daniel e Sérgio Gomes da Silva numa churrascaria de São Paulo, antes do sequestro do ex-prefeito.

Bruno Daniel conta que se exilou em Paris por medo de ser assassinado. Mas diz que decidiu voltar para resgatar a verdade e a memória do irmão. “Fatos como esse não podem se repetir”, disse ele.

Em 2002, Celso Daniel coordenava a campanha de Lula à presidência da República. Depois do assassinato, foi substituído por Antonio Palocci. Caso a tragédia não tivesse ocorrido, ele poderia estar hoje sentado na cadeira de presidente da República. Teria sido ministro da Fazenda de Lula e provavelmente seu candidato em 2010.




segunda-feira, 8 de agosto de 2011

De Volta a Carga.


A crise cresce diante de Dilma. Ou melhor, as crises

Do Blog de Lauro Jardim.


Foi uma semana longa para Dilma Rousseff, daquelas que não acabam mais. Começou já no sábado de manhã, quando VEJA chegou às bancas com a entrevista de Oscar Jucá (“”Ali na Conab só tem bandido”").

Três dias depois, o Senado aprovou uma CPI para investigar as encrencas rodoviárias do governo. E manteve-se em ponto de combustão com as incontinências verbais de Nelson Jobim.

Na sexta-feira, a S&P deu um empurrão no pânico econômico global ao cravar que os EUA não são mais um país AAA. Parecia o gran finale.

Mas novas revelações de VEJA, publicadas ontem, levaram o número dois do ministério da Agricultura a pedir demissão. Agora, o imbróglio é no topo de um ministério comandado pelo PMDB – mais do que isso comandado por um dos melhores amigos de Michel Temer, Wagner Rossi.

Tudo isso somado já daria dor de cabeça suficiente para Dilma Rousseff. São encrencas dentro do governo, nas suas relações com o Congresso e na economia. Nos próximos dias, Dilma tentará equilibrar-se nesta corda bamba. Não é tarefa para qualquer um. Cada um desses pepinos tem vida própria e tende a continuar a perturbar o governo.

No Senado, por exemplo, mal conseguiu sepultar a CPI que investigaria as estripulias nos Transportes – a um custo sempre grande, pois é obrigatório render-se aos pedidos não republicanos de alguns senadores – Dilma está diante de um fantasma com o mesmo poder de assustar. Trata-se de uma CPI destinada a investigar o BNDES.

Ou mais precisamente os empréstimos que o BNDES deu nos últimos anos para criar os chamados ‘campeões nacionais’ e as obras das grandes empreiteiras em cerca de 40 países latinoamericano e da África.

Esta CPI já conta com 22 das 27 assinaturas necessárias para sua instalação. Quem conhece a alma do Senado avalia que as assinaturas que faltam devem aparecer nos próximos dias.

A partir daí, se a CPI nasce de fato dependerá da capacidade do governo de ceder. Os heterodoxos senadores só retirarão seus nomes dali se receberem algo em troca. Em resumo, num Senado onde tem, em tese, maioria fiolgada, o governo está tendo que ceder mais do que devia.

E olha que já cedeu na semana passada, quando autorizou o pagamento de 150 milhões de reais em emendas parlamentares de deputados e senadores. Cedeu também, desta vez sem alarde, nos Transportes: uma comissão de altíssimo nível, composta dos senadores Magno Malta, Clésio Andrade e Blairo Maggi está acertando nomeações para o , veja só, ministério dos Transportes.

O mesmo que acabou de passar por meia faxina. Dilma corre o risco de em breve precisar mandar comprar mais desinfetante.


http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ano Novo, Velhos Costumes.


"Parabéns aos brasileiros que são recebidos com carinho em todo o mundo graças ao ex-presidente e não a imprensa PIGista suja"
Por Marcos Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, dono de um passaporte diplomático.
Diplomacia familiar

Folha de S. Paulo

A notícia de que o Itamaraty concedeu passaporte diplomático a dois filhos do ex-presidente Lula ao final de seu mandato é reveladora da relação equivocada que o mandatário manteve com o poder e as benesses decorrentes dele.
Maiores de 21 anos e sem deficiências, esses filhos de Lula não se enquadram mais na definição de dependentes. Com isso, a decisão foi tomada "em função de interesses do país", brecha aberta pelo parágrafo 3º do artigo 6º do decreto que fixa regras para documentos diplomáticos.
Não faz sentido.
O único "interesse" em jogo é o de familiares do ex-presidente, por mais facilidades em viagens ao exterior.
Nos últimos oito anos, desde o simbólico episódio inaugural da estrela vermelha plantada no gramado do Alvorada, o petismo borrou deliberadamente as fronteiras entre partido e Estado.
Embora tenha prometido "desencarnar" da Presidência, o que por direito já deveria ter ocorrido, o ex-mandatário parece encontrar grande dificuldade em fazê-lo. De saída do Planalto, embarcou no Aerolula rumo a São Bernardo do Campo. Três dias depois foi descansar em área militar reservada em Guarujá, onde passava férias quando era o presidente.
O roteiro não é ilegal, uma vez que logo surgiu um convite do Ministério da Defesa para explicar a inusitada transformação do Forte dos Andradas em colônia de férias do ex-presidente.
No entanto demonstra a dificuldade de Lula em compreender que estruturas públicas não lhe pertencem.
Há, claro, benefícios legais previstos para quem governou o país -ex-presidentes têm direito, por lei, a até oito servidores à sua disposição, além de dois carros.
Lula já anunciou muitos planos para a nova fase -de pescar a combater a fome na África. Que faça o que melhor lhe convier, desde que "desencarnado" de fato.

terça-feira, 2 de novembro de 2010



BBC Brasil

Os eleitores brasileiros optaram pela continuidade do "lulismo" através de Dilma Rousseff, mas a decepção com a próxima presidente será inevitável, na avaliação de um editorial publicado nesta terça-feira pelo diário britânico "The Guardian".
"Inevitavelmente, ela decepcionará.
Após dois mandatos, Lula tem o status de uma entidade divina no país", afirma o editorial.

O jornal comenta que Lula conseguiu tirar 20 milhões de brasileiros da pobreza extrema, elevar 30 milhões à classe média e reduzir o desemprego a níveis recordes, em "uma mudança que os brasileiros puderam sentir".
Para o Guardian, Dilma é uma "tecnocrata de estilo rápido e direto" e assumirá a Presidência "em circunstâncias diferentes e com habilidades diferentes".
"As questões administrativas de sua Presidência não devem lhe apresentar dificuldade, mas as políticas poderão. A bajulação e a sedução não são seu melhor papel, apesar de chegar ao poder com maiorias nas duas casas do Congresso", diz o texto.
O jornal afirma ainda que o boom econômico vivido pelo Brasil pode também trazer desafios, com a ameaça de desindustrialização caso o país se acomode como exportador de commodities e não invista em seu setor manufatureiro.
"Para isso, o país precisa combater os problemas mais difíceis, como salários, aposentadorias, sistema tributário e dívida pública, os quais Lula mostrou pouco desejo de reformar", diz o Guardian.
Para o jornal, o trabalho de Dilma foi facilitado, mas ela deve enfrentar uma "lua-de-mel" com os eleitores mais curta do que a que Lula teve. Ainda assim, o diário conclui seu editorial afirmando que "a questão importante é que a visão de uma nação que tira milhões da pobreza enquanto sua economia cresce seja mantida viva".
Também em editorial, o diário econômico britânico Financial Times adota linha parecida ao afirmar que os próximos quatro anos "serão mais difíceis" para Dilma do que foram os primeiros anos de Lula.
Para o jornal, apesar de "continuidade ser a palavra da hora no Brasil", Dilma e Lula são pessoas com personalidades muito diferentes, o que deve deixar o país também diferente sob o novo comando. "Seria uma coisa ruim se não fosse diferente", diz o editorial.
Para o FT, o carisma de Lula e "sua capacidade para praguejar contra algo de manhã e elogiar à tarde" permitiram a ele superar obstáculos como os escândalos de corrupção durante seu governo.
O jornal avalia que Dilma poderá ter dificuldades para manter coesa sua coalizão, "a não ser que Lula mexa seus pauzinhos nos bastidores, o que poderá trazer seus próprios problemas".
O editorial adverte ainda sobre os perigos da frágil recuperação econômica mundial, do aumento dos gastos públicos e dos juros altos, que ajudam a inflar o fluxo de divisas para o país, num momento em que as autoridades brasileiras se dizem preocupadas com a "guerra cambial".
O diário comenta ainda que Dilma terá também mais dificuldades do que Lula em sua política externa. "Uma coisa é Lula abraçar o presidente do Irã em nome da 'paz e do amor'. Outra coisa seria a 'dura' Dilma tentar o mesmo e sair incólume", diz o jornal.
Para o FT, "o Brasil sem Lula pode ser tornar mais turbulento e menos popular". "Mas isso também poderia mostrar que o país está se tornando mais aberto, democrático e maduro", conclui o jornal.

MUDANÇA???

Quem é Ela???


Dia 31 de outubro de 2010, mais ou menos 19;30hs, o Brasil já conhecia sua presidente da república; Dilma Rousseff.
Eu que me considero um homem feminista, confesso que o fato de ter uma mulher no comando do nosso país representava um avanço no sentido de mudar a cultura machista do brasileiro.
Más não acredito que essa seja a representação das mulheres brasileiras.
Ex, terrorista, dura, fria e sem personalidade, pois representou fielmente o papel designado por Lula e os que desde janeiro de 2003 criaram um projeto de poder para rapinar de forma escandalosa o nosso país, desrespeitando as instituições e passando por cima das leis, principalmente a lei eleitoral.
As mulheres de bem deste país deveriam se vestir de luto pelo fato de infelizmente a primeira mulher presidente do Brasil seja uma mulher quase robotica, depedente e manipulável.
No entanto, como brasileiro, desejo que tudo que estou escrevendo sobre nossa nova presidente esteja errado e que ela rompa as correntes com as forças duvidosas que a ajudaram a se eleger e que honre as almas femininas e masculinas que depositaram nela a suas mais caras esperanças.

Por: Alex Joseph

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Verdades e Muitas Mentiras


Sem a mentira, o que seria do PT?

Se eu fosse um desses críticos do PT que ignoram a sua natureza, poderia começar meu texto mais ou menos assim: “Não entendo por que o PT, liderando um governo que, inegavelmente, tem virtudes, precisa recorrer à mentira sistemática na campanha eleitoral”. Ocorre que eu não sou um desses e entendo o papel central que a mentira exerce na conformação e na postulação do partido. Na verdade, sem um conjunto de mentiras circunstanciais e sem uma grande mentira conceitual, nem mesmo existiria PT. E o debate de ontem à noite, na Record, que se estendeu até o começo da madrugada de hoje, deixou isso muito claro.

A mentira do pré-sal e do petróleo

Dilma contou uma mentira ao afirmar que seu adversário, se vitorioso, pretende privatizar o pré-sal. Qual é o busílis? Como o governo substituiu o modelo da concessão pelo de partilha, passou a chamar o regime anterior de “privatização”, o que, não fosse deliberadamente falacioso, seria apenas equivocado. Fosse assim, e o tucano José Serra respondeu acertadamente, a própria candidata do PT poderia ser acusada de ter privatizado o “nosso” petróleo, inclusive o do pré-sal. Uma das empresas que assinaram um contrato de concessão é a OGX, do bilionário Eike Batista, e foi essa condição que lhe conferiu uma formidável valorização no mercado.

A campanha de Serra, especialmente no horário eleitoral, enfrentou mal esse debate até agora. Chega a ser escandaloso que não tenha deixado claro, por A + B — já que a imprensa, na era do “declaracionismo”, não o faz — que, em 1995, quando FHC assumiu o governo, a Petrobras produzia 700 mil barris de Petróleo por dia. A empresa detinha, então, o monopólio. A abertura do setor foi fundamental para o crescimento da produção. Em 1999, já havia 38 empresas privadas atuando no país. Atenção: em 2003, em razão das concessões feitas ao setor privado — que nada têm a ver com privatização —, atingiu-se a marca de 1,4 milhão de barris por dia. Entenderam o que aconteceu? Na gestão FHC, DOBROU A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO. Hoje, anda em torno de 2,1 milhões de barris/dia. Resumo da ópera: cresceu 100% no governo FHC e 50% no governo Lula. Esse é o fato.

O suposto sucateamento da Petrobras nos anos FHC é outra dessas vigarices cantadas por aí. Em 2000, por exemplo, a empresa teve um lucro de R$ 9,9 bilhões, 6º entre as dez maiores petroleiras do mundo. Recebeu vários prêmios internacionais por seu desempenho. Em 1997, o setor petroleiro respondia por 2,7% do PIB; em 2000, já respondia por 5,4% — tudo isso durante o governo que o PT sataniza tanto. José Sérgio Gabrielli, este militante do PT disfarçado de presidente da Petrobras, deu sucessivas entrevistas na semana passada. Falou o que bem entendeu. Ninguém o contestou com números.

A mentira dos assentamentos e das invasões

Dilma contou uma mentira ao afirmar que o governo Lula assentou mais famílias do que o governo FHC e que as invasões de terra caíram. Ao contrário: as invasões cresceram. Foram 497 as ocorrências entre 2000 e 2002 (na média, 165,67 por ano) contra 1.357 entre 2003 e 2008 (média de 226,17) — um aumento de 37%. Existe uma Medida Provisória contra invasão de terras, editada em 2000. Ela indispõe para reforma agrária terras invadidas. Na oposição, o PT chegou a recorrer ao Supremo contra essa lei. Perdeu. No poder, nunca a aplicou — e, por isso, as invasões explodiram. No momento, João Pedro Stedile está quietinho para não prejudicar Dilma. Mas já avisou que volta com tudo se ela ganhar. Segundo disse, para os invasores, é muito melhor que a vencedora seja ela.
O governo FHC assentou, ao longo de oito anos, 600 mil famílias, marca que Lula não vai conseguir atingir. Assenta menos, mas provoca mais conflitos e mata mais. Estes números, por exemplo, são da Comissão Pastoral da Terra, que é o MST de batina: na atual década, 2003 foi o ano mais violento, com 73 assassinatos em conflitos no campo.
Nos outros, o número de homicídios ficou entre 20 e 40. Com relação ao número de conflitos, o período entre 2003 e 2007 foi o mais violento, com em média 1.727 registros, contra 1.170 conflitos em 2008 e 1.184 em 2009. Embora tenha sofrido uma redução, a quantidade de conflitos permanece bem maior do que no início da década (2000, 2001 e 2002), quando ocorreram, em média, 822 por ano. Resumo: Lula assenta menos, o MST invade mais, os conflitos aumentam, e as mortes também.

Impressionante!

Milhares de vezes, ao longo de oito anos, Lula e o PT falsearam os dados sobre o governo FHC. Mentiras pontuais foram criando o grande edifício da mentira conceitual: o governo representaria a grande mudança de rumo e de prioridades. Mas não deixa de ser chocante ver Dilma tartamudear a inverdade ali, ao vivo, sem o conhecido talento de Lula para a representação. E fico cá pensando: “Como é que essa senhora não se constrange?”
Há um cálculo nessas coisas, creio. Entro na cabeça de Dilma mais ou menos como Machado de Assis entrava na cabeça do cônego (é claro que não estou comparando o paraíso com o deserto): “Quem sabe do que estou falando ou endossa a mentira e a considera necessária para eu vencer ou já não vota em mim mesmo. Então, tudo bem! Quem não sabe pode acabar acreditando que falo a verdade e que os meus adversários querem mesmo ‘dar’ as riquezas brasileiras para os gringos. Assim, a mentira me é útil”


E então ela segue adiante, na sua versão alucinada da história. Vai dar certo? Não sei! Se der, terá de arcar, depois, com o peso da realidade, sem ter a mesma competência de Lula na arte do ilusionismo.

Por Reinaldo Azevedo: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Quem é Quem??



DEU NA FOLHA DE S. PAULO

Para Francisco de Oliveira, um dos fundadores do PT, é "ilusão de ótica" achar que o presidente é estatizante.
Professor emérito de sociologia da USP diz que atual segundo turno obriga eleitor a escolher entre o "ruim e o pior"

Uirá Machado

No começo de 2003, ano em que rompeu com o PT, o sociólogo Francisco de Oliveira, 76, afirmou que "Lula nunca foi de esquerda".

Agora, o professor emérito da USP dá um passo adiante e diz que Lula, mais que Fernando Henrique Cardoso, é "privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu".

Na entrevista abaixo, Oliveira, um dos fundadores do PT, também afirma que tanto faz votar em Dilma Rousseff (PT) ou José Serra (PSDB).

Folha - Qual a sua avaliação sobre o debate eleitoral no primeiro turno?
Fora o horror que os tucanos têm pelos pobres, Serra e Dilma não têm posições radicalmente distintas: ambos são desenvolvimentistas, querem a industrialização...

O campo de conflito entre eles é realmente pequeno. Mas, por outro lado, isso significa que há problemas cruciais que nenhum dos dois está querendo abordar.

Que tipo de problema?
Não se trata mais de provar que a economia brasileira é viável. Isso já foi superado. O problema principal é a distribuição de renda, para valer, não por meio de paliativos como o Bolsa Família. Isso não foi abordado por nenhum dos dois.

A política está no Brasil num lugar onde ela não comove ninguém. Há um consenso muito raso e aparentemente sem discordâncias.

Dá a impressão que tanto faz votar em uma ou no outro...
É verdade. É escolher entre o ruim e o pior.

Qual a sua opinião sobre a movimentação de igrejas pregando um voto anti-Dilma por causa de suas posições sobre o aborto?
É um péssimo sinal, uma regressão. A sociedade brasileira necessita urgentemente de reformas, e a política está indo no sentido oposto, armando um falso consenso.
O aborto é uma questão séria de saúde pública. Não adianta recuar para atender evangélicos e setores da Igreja Católica. Isso não salva as mulheres das questões que o aborto coloca.

O sr. foi um dos primeiros a romper com o PT, em 2003, e saiu fazendo duras críticas ao presidente. Lula, porém, termina o mandato extremamente popular. Na sua opinião, que lugar o governo Lula vai ocupar na história?
A meu ver, no futuro, a gente lerá assim: Getúlio Vargas é o criador do moderno Estado brasileiro, sob todos os aspectos. Ele arma o Estado de todas as instituições capazes de criar um sistema econômico. E começa um processo de industrialização vigoroso. Lula não é comparável a Getúlio.
Juscelino Kubitschek é o que chuta a industrialização para a frente, mas ele não era um estadista no sentido de criar instituições.
A ditadura militar é fortemente industrialista, prossegue num caminho já aberto e usa o poder do Estado com uma desfaçatez que ninguém tinha usado. Depois vem um período de forte indefinição e inflação fora de controle.
O ciclo neoliberal é Fernando Henrique Cardoso e Lula. Só que Lula está levando o Brasil para um capitalismo que não tem volta. Todo mundo acha que ele é estatizante, mas é o contrário.

Como assim?
Lula é mais privatista que FHC. As grandes tendências vão se armando e ele usa o Estado para confirmá-las, não para negá-las. Nessa história futura, Lula será o grande confirmador do sistema.
Ele não é nada opositor ou estatizante. Isso é uma ilusão de ótica. Ao contrário, ele é privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu.
Essa onda de fusões, concentrações e aquisições que o BNDES está patrocinando tem claro sentido privatista. Para o país, para a sociedade, para o cidadão, que bem faz que o Brasil tenha a maior empresa de carnes do mundo, por exemplo?
Em termos de estratégia de desenvolvimento, divisão de renda e melhoria de bem-estar da população, isso não quer dizer nada.

Em 2004, o sr. atribuiu a Lula a derrota de Marta na prefeitura. Como o sr. vê como cabo eleitoral de Dilma?
Ele acaba sendo um elemento negativo, mesmo com sua alta popularidade. O segundo turno foi um aviso. Essa ostensividade, essa chalaça, isso irrita profundamente a classe média.
É a coisa de desmoralizar o adversário, de rebaixar o debate. Lula sempre fez isso.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

VOTE EM LULA!

Do blog do Noblat: http://oglobo.globo.com/pais/noblat/
Na última sexta-feira, no Rio de Janeiro, durante aquele que passará à História como o Comício dos Mil, Lula disse a certa altura do seu discurso para militantes encharcados, porém felizes:
- Há uma premeditação de me tirarem da campanha política para não permitir que eu ajude a companheira Dilma a ser a presidenta da República deste país.
Evitou nomear o responsável pela premeditação. É uma técnica muito sua. E que funciona diante de platéias dispostas a acreditar em tudo o que ele diz.
Acusa sem identificar o acusado. Assume a condição de vítima. E em seguida destila toda a sua coragem para enfrentar vilões e superar injustiças.
De volta ao Rio. Lula: “Na verdade, o que eles querem é me inibir para fingir que eu não conheço a Dilma. É como se eu pudesse passar perto dela e eu passar de costas viradas e fingir que não a conheço. Mas eu não sou homem de duas caras. Eu passo perto dela e digo: é a minha companheira Dilma”.
Apesar da chuva, Lula estava no melhor da sua forma. Quem não se saiu bem foi Dilma – mas é compreensível. Era seu primeiro comício de campanha. E, convenhamos: nem mesmo os políticos mais experientes, alguns deles oradores admiráveis, se sentiriam à vontade para falar depois de Lula.
Dilma deve ser testada longe dele.
Para o crescente número de brasileiros decididos a votar em Dilma só por que Lula quer talvez não faça nenhuma diferença - mas para os que se preocupam com a consolidação da democracia entre nós é assustadora a vontade de Lula em eleger sua candidata a qualquer preço.
Uma coisa é um partido tentar se manter no poder. Quando chegam lá todos tentam. Nada mais legítimo. Outra é abusar do poder e ignorar leis e procedimentos para não acabar removido dali.
A Justiça assistiu calada Lula abusar do poder que o cargo lhe confere fazendo campanha para Dilma desde 2007. Foi um ato pensado de Lula.
O jornalista José Roberto Toledo, de o Estado de S. Paulo, deu-se ao trabalho de contar o número de vezes em que Lula citou Dilma em discursos e entrevistas de 2003 para cá.
Fixemo-nos apenas no período 2007-2010. Nos 336 discursos que fez em 2007, Lula citou Dilma em 63. Nas 176 entrevistas que concedeu,citou Dilma em 19.
Em 2008 o número de discursos caiu para 330. Dilma foi citada em 80 deles. O número de entrevistas aumentou para 213 – e as menções a Dilma para 31.
No ano passado, Lula mandou às favas todos os escrúpulos. Citou Dilma em 98 dos 313 discursos que fez. Concedeu 272 entrevistas, lembrando de Dilma em 87 delas.
Nos primeiros três meses deste ano, Lula se referiu a Dilma em 39 de 78 discursos. Apenas em março o nome de Dilma foi repetido por Lula 94 vezes em 20 discursos – mais do que Deus (47).
Foi em março que a Justiça Eleitoral multou Lula duas vezes por fazer propaganda eleitoral antecipada para Dilma.
Lula calou-se em abril. Em maio não resistiu: falou de Dilma seis vezes e ganhou mais quatro multas.
Na semana passada, deu-se ao requinte de falar de Dilma para exaltá-la e de falar novamente para se desculpar por ter falado dela – e dessa vez na presença do presidente do Tribunal Superior Eleitoral. Bateu seu recorde em matéria de cinismo.
Não se diga que Lula surpreendeu. Ele avisou no ano passado: “Meu projeto político é eleger Dilma”.
Desde então não praticou um só ato de governo sem levar em conta os benefícios que poderia acarretar para sua candidata. De presidente da República passou a cabo eleitoral.
Um discurso de Dilma faz parte de um kit produzido e distribuído pelo governo com materiais de defesa do voto em mulheres – três mil livros, 20 mil cartazes e 215 mil cartilhas.
Um senador pelo Amapá e sua mulher, deputada federal, foram cassados pela Justiça Eleitoral sob a acusação de comprarem dois votos – a R$ 26,00 cada um.
Anteontem, Dilma advertiu a Justiça: “Acho que não se pode na vida ter dois pesos e duas medidas”.
Ela tem razão