segunda-feira, 31 de maio de 2010

Quanto Custa Um Presidente??

do blog do Josias de Souza.
Planalto gastou R$ 3 mi para exibir Dilma em viagens

6 meses de viagens ao lado de Lula custaram R$ 3.052 mi
Cifra inclui comida, hotel, telefone, apoio e carros alugados
Exclui os gastos do presidente, de suas comitivas e o avião.

Ao ungir Dilma Rousseff como sua candidata, Lula se auto-atribuiu a tarefa de convertê-la de auxiliar desconhecida em presidenciável competitiva.

Com antecedência nunca antes vista na história desse país, o presidente antecipou sua própria sucessão. Levou a ministra-candidata à vitrine já em 2009.

Exibiu-a em inaugurações e inspeções de obras, num vaivém que inspirou os rivais a acusá-lo de usar a máquina pública com propósitos eleitorais.

Uma pergunta passou a boiar na atmosfera: Quanto custou ao contribuinte brasileiro a movimentação urdida para catapultar Dilma?

Um deputado oposicionista, Raul Jungmann (PPS-PE), transformou a dúvida num requerimento de informações. Endereçou-o à Casa Civil da Presidência.

Esse tipo de requerimento é uma prerrogativa que a Constituição confere aos congressistas. Coube à sucessora de Dilma, Erenice Guerra, responder.

No questionário, Jungmann circunscreveu sua curiosidade a eventos realizados entre 1º de setembro de 2009 e 19 de fevereiro de 2010, quase seis meses.

Em pesquisa prévia, o deputado contabilizara 26 as viagens e eventos. Inquiriu sobre os custos da participação de Dilma, de Lula e dos convidados oficiais.

Na chefia da Casa Civil desde abril, quando Dilma trocou o posto pelos palanques, Erenice respondeu apenas um pedaço do questionário.

Limitou-se a informar a cifra referente à participação de Dilma nos pa©mícios: R$ 3,052 milhões. Para ser exato: R$ 3.052.870,94.

Ou seja, noves fora o grosso dos custos (Lula e comitiva) a Viúva foi levada a torrar uma média de R$ 508,8 mil por mês para promover a candidata oficial.

As cifras incluem, segundo a resposta da Casa Civil: “Fornecimento de alimentação, diárias, hospedagem...”

“...Serviços de telecomunicações, de apoio logístico e locação de veículos terrestres [utilizados por Dilma] nas viagens”.

E quanto ao resto? “As demais despesas relacionadas a combustível das aeronaves oficiais, locação de veículos aéreos...”

“Custo estimado por convidado e número de convidados que integraram a comitiva presidencial, deixam de ser informadas”.

Por quê? “Não são da competência desta secretaria [de Administração da Casa Civil] e tampouco constam do nosso sistema de apropriação de custos”. Pena.

Só numa das viagens, a “Caravana do São Francisco”, Lula e Dilma dispuseram de um séquito de mais de cem convidados. Seria razoável saber quanto custou.

O Planalto sempre alegou que o périplo promocional de Dilma não ultrapassou as fronteiras da lei. Foram atos de governo, não de campanha.

Decisões tomadas pelo TSE deram ares de pantomima à alegação. O rol de viagens inclui, por exemplo, um deslocamento ocorrido em 22 de janeiro de 2010.

Nesse dia, Lula e Dilma foram à inauguração da sede do Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados de São Paulo. A coisa virou comício.

Em discurso transmitido ao vivo pela emissora estatal, Lula fez campanha para Dilma. Ao julgar representação da oposição, o TSE multou-o em R$ 10 mil.

Noutra viagem listada por Jungmann e incluída nos levantamento de custos da Casa Civil, Lula levou a candidatura de Dilma ao interior de Minas Gerais.

Cabo eleitoral e candidata foram a cidades mineiras, em 9 de fevereiro de 2010. Entre elas Teófilo Otoni. Uma visita impregnada de 2010.

Num dos discursos do dia, Lula, com Dilma a tiracolo, disse: “Vou fazer a sucessão”. Para quê? “Dar continuidade ao que nós estamos fazendo...”

“...Porque este país não pode retroceder. Este país não pode voltar para trás como se fosse um caranguejo”.

De novo, provocado pela oposição, o TSE condenou Lula por campanha ilegal e fora de época. Multou-o, nesse caso, em R$ 5 mil.

Não foram as únicas multas. Houve outras, resultantes de transgressões praticadas em viagens e eventos não listados no requerimento que a Casa Civil respondeu.

A azáfama administrativo-eleitoral foi tanta que, em 27 de janeiro, de passagem por Recife, Dilma viu Lula ser recolhido a um hospital da capital pernambucana.

O mal-estar do presidente foi passageiro. Rendeu-lhe uma madrugada no leito hospitalar e um check-up de emergência.

Permanente mesmo só a impressão de que o contribuinte –inclusive os eleitores de José Serra e Marina Silva— financiou parte do empreendimento eleitoral de Lula.

por: Josias de Souza. http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

sexta-feira, 28 de maio de 2010

HÚBRIS


A história de vida de um nordestino que saiu da miséria para a Presidência da República parece um conto de fadas e poderia ser um bom roteiro de filme.Quem não gosta de histórias heróicas de superação de alguém que sai do nada para chegar à glória?
Esse é um dos motivos da espantosa popularidade de Lula, embora ela só tenha se materializado depois de três tentativas de chegar à Presidência da República , e não por coincidência, depois que a sua imagem, até então abrasiva e conflituosa, foi moldada por um arranjo mercadológico e político que aparou as arestas que o separavam do convívio pacífico com o status-quo.A maquiagem do paz-e-amor somada à rendição aos dogmas do mercado, representada pela “Carta ao Povo Brasileiro”, fizeram do zangado sindicalista de resultados um presidente amado pelo povo e mitificado em boa parte do mundo.
Até aí, tudo bem.É justo que Lula se orgulhe de seu destino, de sua história de vida, de seu triunfo.
Perfeito seria se ele usufruísse de seu instante histórico de glória para ajudar a fortalecer as frágeis instituições da jovem democracia brasileira em vez de dedicar-se a desrespeitá-las, no deboche contínuo e deliberado que ele comete ao confundir a popularidade com a onipotência.
A sabedoria grega criou uma palavra para isso- húbris- que Houaiss define como “orgulho arrogante ou autoconfiança excessiva; insolência”, e é isso que o presidente vem praticando, com a mesma prodigalidade com que os novos ricos investem sua fortuna recente em gestos e objetos que tornam evidentes a sua pouca familiaridade com o decoro e as regras elementares da convivência civilizada.A fortuna recente de Lula são os seus 80% de aprovação.
Lula foi multado 4 vezes por crime eleitoral e sua resposta foi debochar da Justiça.Não deu e nem dá qualquer sinal de que pretende respeitar as leis.Lula inaugurou o canal internacional da TV Brasil a chamou de “minha TV”, em mais uma de suas contínuas e repetidas confusões entre público e privado. Lula herdou uma sólida plataforma econômica e institucional dos governos que o precederam, e nunca disse uma palavra de reconhecimento.Afirmou -e depois repetiu para confirmar- que o Brasil de verdade começou no instante de sua posse.Lula tornou supérfluos, ou dispensáveis , os tribunais de contas, ironizou as CPIs, tripudiou do Ministério Público. Se falasse francês, diria, como Luiz XIV, “L’Etat c’est moi”.
Tudo em nome de uma tentativa de perpetuação no poder de seus conceitos e estilos, ainda que através de interposta pessoa- que tenta obstinadamente moldar à sua imagem e semelhança.
Nas democracias maduras, as instituições estão acima das pessoas.Nas democracias jovens,como a nossa, talvez esse personalismo seja um defeito temporal, episódico, um tributo pago à pouca maturidade e à curta convivência com a prática da democracia.
Lula provavelmente não é capaz de avaliar o estrago que a sua “húbris” pode provocar às instituições e o prejuízo que isso pode trazer ao futuro da democracia no País.Se estivesse cercado por bons conselheiros, em vez de áulicos,aproveitadores e aduladores , poderia empenhar-se em ser um presidente para a História e não apenas para a glória dos fogos de artifício que se apagam e dos ibopes que o tempo derrete.

Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez.. E.mail: svaia@uol.com.br

sábado, 8 de maio de 2010

Assim Já é Demais!!!


Por: Josias de Souza
Agora mesmo é que ninguém segura o ufanismo de Lula. O ministro Guido Mantega (Fazenda) informou que o Brasil vai socorrer, veja você, a Grécia.

Mantega veio à boca do palco para informar que US$ 286
milhões pertencentes ao contribuinte brasileiro serão borrifados na fogueira financeira grega.

A grana vai sair das reservas internacionais do Brasil, hoje estimadas em US$ 245 bilhões. Fará escala no FMI e, dali, para a Grécia.

Mantega esclareceu que as reservas brasileiras não serão reduzidas por conta do financiamento à Grécia.

Como assim? "O Brasil emprestará o dinheiro e o FMI nos dará direito especial de saque. É só uma troca de aplicação", disse o ministro.

Instado a comentar os riscos de
contágio da crise que rói o euro, Mantega disse que as consequências serão, para o Brasil, “muito leves”.

Nada que afete, segundo ele, o crescimento econômico do país neste ano eleitoral de 2010.

O impacto será maior, segundo Mantega, no desempenho do comércio exterior. O ministro esmiuçou o raciocínio:

"A recuperação dos países europeus será mais lenta. Então, teremos que esperar mais tempo para aumentar as exportações para a região".

Acha que a cena internacional ficará menos tóxica entre 2011 e 2012. Por quê?

Sobretudo por conta de indicadores positivos que começam a dar as caras em países com os EUA.

Citou a criação de 290 mil postos de trabalho em abril. O aumento mais expressivo desde 2006.

O Brasil possui títulos da envenenada dívida grega? Alguns bancos privados brasileiros podem ter, disse Mantega. Mas em percentual muito baixo.
Escrito por Josias de Souza: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/