domingo, 12 de outubro de 2008




Deu em O Globo

De Elio Gaspari:


Para o bem de todos, Nosso Guia precisa aprender a ficar calado diante da crise financeira. Suas bobagens comprometem a credibilidade do país. Em setembro, falando nas ONU, ele disse o seguinte:
"Das Nações Unidas, máximo cenário multilateral, deve partir a convocação para uma resposta vigorosa às ameaças que pesam sobre nós".
Quem conhecer uma pessoa capaz de acreditar que a ONU tem capacidade, estrutura e autoridade para tratar desse assunto, ganha uma passagem de ida e volta a Cuba. Quem conhecer duas, ganha só a de ida.
Semanas depois, tratando da capotagem da Sadia e da Aracruz, que torraram R$ 2,7 bilhões em operações cambiais exóticas, Nosso Guia acusou as empresas de estarem apostando contra o real. Falso. Elas perderam dinheiro porque apostaram a favor. Mesmo que estivesse certo, não fica bem para um presidente da República o comportamento que o jornalista americano Murray Kempton atribuiu aos editorialistas:
"Depois da batalha eles vão ao campo e matam os feridos."
Admita-se que sua teoria da "marolinha" foi conversa de palanqueiro. Até porque dias depois, tratando do problema, disse que "não sabemos o seu tamanho". Releve-se a sua interpretação da geografia ao dizer que "até agora, graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico". Foi a segunda vez que Nosso Guia relacionou a travessia do Atlântico com um percurso Norte-Sul. Em geral, as pessoas associam essa travessia às viagens de Colombo (de barco) e Charles Lindbergh (de avião), no sentido Leste-Oeste (ou o contrário).
Administrando uma crise que botou a Bolsa de joelhos, meia dúzia de bancos no vermelho e o dólar a R$ 2,30, o presidente da República pode fazer tudo, menos tratá-la com olhar de marqueteiro. Foi isso que George Bush fez nos últimos 12 meses. Pagará o preço de uma vergonhosa saída da Casa Branca. Quem trata a crise como coisa pitoresca, num personagem pitoresco se transforma. Como ele mesmo já disse, a crise exige "juízo e responsabilidade". Sobretudo dele.


sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Essa é a cara da nossa política!!


Rio - Finalmente, Lula adere à candidatura de Paes


Paes diz que não se arrepende de nada do que fez

De O Globo:

O candidato a prefeito do Rio Eduardo Paes (PMDB/PTB/PP/PSL) afirmou há pouco, durante ato de apoio do PCdoB à sua candidatura, no Centro, que não se arrepende de nada que fez como deputado federal. Ele se referiu, inclusive, à atuação na CPI dos Correios. Mesmo dizendo que não se arrepende, o candidato afirmou que o tom dos debates durante a CPI muitas vezes pode ficar 'fora 'do tom da política':
- É óbvio que no calor da política, em alguns momentos, se sai do tom da política. Essas não são expressões adequadas (sobre possíveis exageros cometidos) ao debate político - afirmou o candidato.
Ele negou que tenha enviado carta ao presidente Lula - a quem chamou de 'chefe da quadrilha' - se desculpando pela atuação quando relatava a CPI, mas disse que pensou sobre o envio de carta à primeira-dama Marisa Letícia.
- Se enviei carta a alguém, a carta é pessoal - desconversou o candidato.
Durante o ato na sede do PCdoB, a candidata derrotada do partido à prefeitura, Jandira Feghali, chegou a dizer, em entrevista coletiva, que Paes havia pedido desculpas a Lula.
Paes, no entanto, disse que, na conversa que teve com o presidente, 'não houve esse clima de desculpas que a imprensa quer criar'.
- Não devo desculpas a ninguém - disse o peemedebista.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008



Por Ricardo Noblat

Rio Grande do Norte - A recaída de Lula

O vexame pessoal de Lula nas eleições municipais do Rio Grande do Norte foi maior do que se sabia até aqui. Sabia-se que ele foi a Natal pedir votos para eleger a candidata do PT a prefeita, Fátima Bezerra. Ela perdeu no primeiro turno para Micarla, candidata do PV e de José Agripino Maia, líder do DEM no Senado, tratado por Lula como desafeto, inimigo, um sujeito que ele evita dizer o nome.
O que só agora se sabe é que Lula perdeu também em Mossoró, o segundo maior colégio eleitoral do Estado. Como está se achando, foi a Mossoró antes de voltar a Natal para participar de um comício de Fátima. Lá, dispensou de recepcioná-lo no aeroporto a prefeita Fátima Rosado, do DEM, candidata à reeleição. Era obrigação protocolar dela recepcioná-lo.
De helicóptero, voou do aeroporto para a universidade local. Discursou, mas não falou sobre política. E foi direto para o Hotel Termas, onde Larissa Rosado, do PSB, montara um estúdio para que ele gravasse uma mensagem de apoio à sua candidatura a prefeita. Gravou, bebeu bem durante a tarde, segundo testemunho de um garçon do hotel, e voou a Natal.
Ali, desfechou um duro ataque contra Agripino Maia. De cima do palanque de Fátima Bezerra, diante de mais de 10 mil pessoas, disse coisas tais como:
- Esperei muito tempo para fazer um ajuste de contas com ele [no caso, "ele" era Agripino Maia].
- Voltarei aqui em 2010 quantas vezes for necessário só para derrotá-lo.
- Se eles fossem bons estariam neste palanque.
- Ele é um político que faz política suja com discurso de madrugada.
A prefeita de Mossoró se reelegeu com 53% dos votos válidos.
Fora Natal, dos outros cinco maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte (Mossoró, Parnamirim, São Gonçalo do Amarante, Macaíba e Ceará Mirim), o DEM ganhou em cinco, elegendo um prefeito, um vice, e fazendo parte da coligação vitoriosa em três.
A governadora Vilma Maia (PSB) perdeu em quatro dos cinco. E Garibaldi Alves (PMDB), presidente do Senado, em dois. Garibaldi perdeu em Natal aliado com Vilma e o PT. Ganhou aliado com Agripino Maia em Mossoró, Parnamirim e Macaíba.
Por que Lula perdeu nos dois maiores colégios eleitorais do Rio Grande do Norte? Porque quis. Porque fez política com fígado.
O deputado Ulysses Guimarães, ex-presidente do PMDB, da Câmara dos Deputados e da Assembléia Nacional Constituinte de 1988, ensinava que não se faz política com fígado.
Lula recusou o apoio de Ulysses e do PMDB ao tentar se eleger presidente da República pela primeira vez em 1989. O PMDB tem, hoje, cinco ministérios no governo dele. E 14 partidos apóiam o governo.
O velho Lula, líder sindical enfezado, o sapo barbudo como Leonel Brizola o chamou um dia, ressuscitou nas eleições municipais do Rio Grande do Norte. Deu no que deu.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Isso é que é cultura!!

O que Ronaldo e Lula têm em comum


Tomara que Ronaldo, O Fenômeno, tenha contribuído para a restauração da moralidade entre nós ao esculachar de vez com a desculpa do "eu não sabia".
Como disse ontem em entrevista ao programa "Fantástico", da Rede Globo de Televisão, não, ele não sabia que Andréia era André.
Embora estivesse sóbrio, certamente não se deu conta do avantajado pomo-de-adão exibido pelo travesti quando entrou no seu carro.
Mais tarde, em um quarto de motel de terceira categoria da Barra da Tijuca, no Rio, levou pouco mais de três horas para se livrar da companhia de Andréia e de mais dois travestis que foram ao seu encontro.
De quem é a culpa? De quem é?
Ora, de Lula, é claro. A culpa é dele.
Afinal, se Lula pode dizer que jamais soube da existência de "uma sotisficada organização criminosa" que pagou mensalão a deputados e tentou se apoderar de parte do aparelho do Estado por que Ronaldo não pode dizer que ignorava a verdadeira identidade da trinca do barulho comandada por Andréia ou André?
Lula também não fazia a mínima idéia de que seu comitê de campanha à reeleição empregava "aloprados" capazes de forjar dossiês contra adversários.
Nem a ministra Dilma Rousseff, da Casa Civil, poderia supor que um inocente banco de dados daria vez a um dossiê com despesas sigilosas do casal Fernando Henrique Cardoso.
Quanto a Cid Gomes (PSB), governador do Ceará, esse não.
Sabia, sim, que a sogra embarcara no jatinho alugado por ele para viajar à Europa. Não sabia, como admitiu depois, que seu ato amoroso pudesse configurar algum tipo de desrespeito aos bons costumes administrativos.
No caso de Cid, vai ver que o problema dele não foi ter levado a sogra para passear. Foi tê-la trazido de volta...
Lula saiu em defesa de Cid - como antes saíra em defesa de Renan Calheiros (PMDB), enrolado com lobista de empreiteira e amante; e de Severino Cavalcanti (PP), vítima de um concessionário de restaurante que o subornou para não perder a concessão.
Por isonomia, espera-se que a qualquer momento Lula se pronuncie em defesa de Ronaldo.
Não se espantem se ele o fizer - e se com isso amealhar mais alguns pontinhos na próxima pesquisa de opinião pública.

Por Ricardo Noblat / http://oglobo.globo.com/pais/noblat

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Mais do Mesmo


Por Josias de Souza.





http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/





CPI encontrará ‘falhas’ também nas contas de FHC



TCU já mencionava ‘falta de transparência’ em 2002
Auditoria pôs em dúvida contas das viagens de FHC

Presidência fracionou despesas para fugir à licitação
Algumas compras não têm comprovante de quitação
Adquiriam-se de comida a utensílios para o Alvorada
Assessora de ministro viajou até em fins de semana



Há três dias, em carta endereçada ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), Fernando Henrique Cardoso informou que não receia que CPI dos Cartões, ainda por instalar, remexa a contabilidade do Planalto relativa à sua gestão. Informou que nem ele nem seus familiares usaram verbas públicas em gastos pessoais. A certa altura, FHC deixou entreaberta uma janela para futuras explicações.

“Quanto aos gastos normais da máquina pública, inclusive no que diz respeito aos incorridos na manutenção dos palácios, nunca foram objeto de determinações específicas nossas”, anotou o ex-presidente. “Se, eventualmente, não seguiram as regras e trâmites normais, é bom que isso seja identificado e esclarecido, para que os erros não se repitam.”

De fato, nem sempre os gastos da presidência tucana ocorreram dentro dos estritos limites das regras e das normas oficiais. Auditoria realizada pelo TCU na Secretaria de Administração da Casa Civil detectou inúmeras “falhas” na escrituração das contas do setor de “suprimento de fundos.” O trabalho, cuja íntegra pode ser lida aqui, perscrutou despesas realizadas entre janeiro e agosto de 2001.

Eis alguns dos achados dos auditores:

Viagens presidenciais: foram analisadas as prestações de contas de oito funcionários destacados para organizar viagens nacionais de FHC. Referem-se a hospedagens e aluguel de carros. Somam, em valores da época, R$ 890,2 mil. A maioria dos processos padece de falta de transparência. Muitos não contêm nem os nomes dos integrantes das comitivas nem a mínima justificativa dos dispêndios. Algo que, para os auditores, “dificulta o processo de controle” e afeta “a transparência dos gastos”. Há notas com “data anterior ao início do período da aplicação” da verba. Uma das prestações de contas –R$ 202 mil— contém despesas “estranhas à viagem presidencial”. Outras duas –R$ 90 mil e R$ 76,2 mil— dão como liquidadas notas que não trazem “comprovação de recebimento por parte da empresa, seja por meio de emissão de recibo” ou pela “identificação do recebedor”. Para os auditores, não se trata “apenas de falha formal”. Pode ser indício de “algum tipo de fraude.”

Fracionamento de despesas: no período esquadrinhado pelo TCU, o Planalto liberou, a conta gotas, R$ 34 mil para a compra de material elétrico e eletrônico. Foram 14 operações. Variaram de R$ 1.000 a R$ 4.000. “Em todos os processos”, anota o relatório do TCU, “foram efetuadas compras de materiais de consumo de mesma natureza, em geral no mesmo conjunto de empresas.” As aquisições ocorreram “em datas muito próximas ou até no mesmo dia.” Um artifício, concluíram os auditores, que possibilitou “a fuga ao devido procedimento licitatório.”

Palácio da Alvorada: A exemplo do que ocorre sob Lula, também na era de FHC parte das verbas destinadas a gastos excepcionais socorreram a residência oficial do presidente. A auditoria alcançou um processo de R$ 20 mil. “Abrangem despesas diversas, desde itens de alimentação e utensílios de cozinha até projeto de arquitetura para a construção de uma guarita.” Nada de aparência irregular.

Segurança da Família: o TCU solicitou ao Planalto explicações para gastos de hospedagem do sargento do Exército João Batista Leal, em Goiânia, e da policial militar Sônia Valéria de Faria, em São Paulo. Em resposta, a presidência informou que estavam em missão oficial do Gabinete de Segurança Institucional. Haviam sido destacados para cuidar da “segurança pessoal dos familiares do vice-presidente [Marco Maciel] e do presidente [FHC].” Exatamente como se faz agora, sob Lula.

Viagens de servidores: os auditores do TCU analisaram um lote de viagens de funcionários do Planalto. No Brasil e no exterior. Encontraram várias “tapiocas”. Há, por exemplo, diárias pagas em excesso, prestações de contas apresentadas fora do prazo e custeio de passagem e hospedagem para pessoa que ainda não fora contratada pelo governo na época da viagem. Chama a atenção, de resto, a compra de passagens aéreas de final de semana para funcionários que se deslocavam para os seus Estados de origem, sem atribuição específica a desempenhar. Renata Zacarelli Lopes, por exemplo, viajava semanalmente de Brasília para São Paulo. Sua missão era "assessorar o ministro Andrea Matarazzo (Secretaria de Comunicação Social)", seu chefe. Em compromissos que invariavelmente "envolviam o final de semana". Os auditores recomendaram a devolução do dinheiro. Mas os ministros que integram o plenário do TCU rejeitaram a sugestão.

O relatório dos auditores foi levado ao plenário do tribunal em 29 de maio de 2002. Os ministros de então leram o documento com olhos condescendentes. As “falhas” foram classificadas como “formais”, sem “má-fé”. Decidiu-se apenas enviar ao Planalto um lote de “recomendações”. Entre elas a de que a presidência se dignasse a dar “maior transparência às prestações de contas dos gastos com viagens presidenciais.”

Ainda não havia à época da auditoria os famosos cartões de crédito corporativos. Foram criados em setembro de 2001, um mês depois do término da pesquisa dos auditores do TCU. Naquele ano, houve um único gasto com cartão. Coisa mixuruca: R$ 90,00. O dinheiro saiu na forma de um saque realizado no caixa eletrônico. Não se sabe o que pagou.

Naquela ocasião, as “pequenas despesas” da administração pública eram feitas por meio da chamada “Conta B”. É uma espécie de avó dos cartões, que o petismo quer agora virar do avesso na CPI. Em 2001, torrou-se pela conta “Conta B” R$ R$ 213,6 milhões. A auditoria do TCU cobre um naco insignificante desse valor. Só em 2002, último ano da era FHC, o governo começou lançar mão do cartão de crédito. Financiaram, naquele ano, despesas de R$ 3,6 milhões. O grosso dos gastos “emergenciais” continuou escoando pela “Conta B”: R$ 229,5 milhões.

Sob Lula, cartões e “Conta B” ainda coexistem. Compõem um bolo de recursos que o governo chama de “suprimento de fundos”. A gestão petista gasta menos do que a administração tucana –média anual R$ 143,5 milhões de 2003 para cá. Mas o governo tomou gosto pelos cartões. No primeiro ano de Lula, os “suprimentos” somaram R$ 145,1 milhões. Desse total, R$ 8,7 milhões referiam-se a despesas feitas com cartões. Em 2007, os “suprimentos” alçaram à casa dos R$ 177,5 milhões, dos quais R$ 78 milhões deixaram as arcas do Tesouro por meio dos cartões de crédito.

Enviadas ao Planalto sete meses antes do término do mandato de FHC, as “recomendações” do TCU foram de pouca serventia. Já em 2003, ano em que os extratos dos cartões de crédito ainda não haviam sido levados ao portal da transparência, o então ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação) repetiria uma das práticas nocivas identificadas pelo auditores no relatório sobre a gestão FHC.
Chamava-se Maria da Penha Pires a servidora que manuseava o cartão de crédito posto à disposição de Gushiken. Pagava, por exemplo, despesas com "viagens a serviço". E Gushiken trabalhava muito em São Paulo. Dava duro até nos finais de semana. Hospedou-se "a serviço" no Caesar Park de 15 a 17 de agosto de 2003 (sexta a domingo). Ficou no mesmo hotel de 22 a 25 de agosto (sexta a segunda).
Entre 19 e 21 de setembro (sexta a domingo), preferiu acomodar-se "a serviço" no Hotel Cadoro. Afora as diárias, consumiu seis águas, três guaranás, um café, um chá, um suco de frutas, um almoço completo e um beirute de filé mignon (R$ 584). Como se vê, Gushiken foi uma espécie de abre-alas da era da "tapioca".










sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Nunca na História Deste País...


Cartão paga gasto irregular até em viagem de Lula

Cartão paga gasto irregular até em viagem de Lula
Inquérito do MP apura despesas suspeitas do Planalto
Incluem hotéis, aluguel de carros e compras em geral
Suspeitas vão de fraudes fiscais a firmas inexistentes



O Ministério Público do Distrito Federal abriu, há 15 dias, um inquérito civil para apurar suspeita de irregularidades no uso de cartões de crédito do governo. Refere-se a gastos realizados pela secretaria de Administração da Casa Civil da Presidência da República. Incluem as despesas de hospedagem de comitiva precursora de uma viagem de Lula.

Deu-se em 2 de maio de 2003. Nesse dia, Lula, que assumira a presidência havia cinco meses,
visitou os municípios paulistas de Ribeiro Preto e Sertãozinho. Inaugurou uma termelétrica e compareceu a uma feira agrícola. Para organizar a viagem, o Planalto enviara às duas cidades um “escalão avançado” –agentes de segurança e equipe de apoio técnico. Hospedaram-se em dois hotéis.

Descobriu-se o seguinte: com cartão de crédito do Planalto, um funcionário pagou R$ 3.030 por 22 diárias de pessoas que não constavam da lista de integrantes da comitiva oficial. Financiou também R$ 1.475 em diárias que excederam ao período de permanência de alguns dos membros da comitiva que preparou a visita de Lula.

Constatou-se, de resto, um indício de superfaturamento. Em 2003, o cartão de crédito do Planalto deixou no hotel que abrigou a comitiva precursora em Sertãozinho R$ 23.830. Num levantamento feito em 2006, verificou-se que, quatro anos depois, o mesmo hotel cobrava preços bem mais módicos. A mesma comitiva custaria ao erário R$ 10.208. Ou seja, a presidência pode ter desembolsado R$ 13.622 além do necessário.

Somando-se o custeio da estadia de pessoas estranhas à comitiva, as diárias excedentes e o valor que extrapolou os preços de mercado, chega-se a um gasto supostamente irregular de R$ 18.127. Para complicar, verificou-se que todas as 76 notas fiscais emitidas pelo hotel de Sertãozinho foram “calçadas”. Na via levada aos arquivos do Planalto, o valor da diária é R$ 125. Na segunda via, grudada ao talonário da hospedaria, o valor é outro: R$ 15,00.

As informações contam de um relatório do Tribunal de Contas da União. Integra processo aberto pelo TCU em 2006, sob o número 007.512. O texto encontra-se anexado ao inquérito do Ministério Público. Começa na folha 41 dos autos. Vai até a página 77. O blog obteve cópia do documento. Assinado pelos auditores André Gerardo Carneiro de Oliveira e Maurício Lopes Casado Jr., o “relatório de auditoria” do TCU é uma das peças de resistência do inquérito.

O documento contém o resultado da terceira fiscalização realizada pelo tribunal na contabilidade dos cartões de crédito do Planalto. Nas duas auditorias anteriores, o tribunal ocupara-se de aspectos formais. Nesta, examinou a “regularidade” das notas fiscais levadas aos arquivos do Planalto.

Escarafuncharam-se notas emitidas de setembro de 2002, quando a presidência, ainda sob FHC, começou a utilizar cartões de crédito, a julho de 2005. Todas as impropriedades apontadas pelos auditores referem-se aos primeiros dois anos e meio da gestão Lula.

Os auditores partiram da análise de um arquivo eletrônico que continha 22.915 registros de despesas. Selecionaram, por amostragem, 254 notas fiscais. No curso da investigação, acabaram inspecionando 648 notas. Enviaram-se oficias às receitas dos Estados e dos municípios onde as despesas foram realizadas. Descobriram-se coisas como as que se seguem:

1. o Planalto alugou carros em Ponta Porão (MS). Gasto sigiloso. Por isso, o nome da firma não consta do relatório do TCU. Consultado, o fisco municipal informou que não autorizara a emissão das 25 notas levadas à prestação de contas arquivada no Planalto. Somam R$ 206.640,07. Anotam dois endereços diferentes. Num deles, o TCU não encontrou vestígio da empresa. Noutro, “encontraram-se evidências da existência da empresa à época da emissão das notas fiscais.” No Planalto, a prestação de contas tem aparência regular. Sem poderes para quebrar sigilos bancários e fiscais, o TCU encaminhou o papelório ao Ministério Público.

2. O Planalto alugou veículos também em São Luiz. Quatro notas. Total: R$ 30.147,09. Despesa sigilosa. Consultado, o fisco local disse não ter tomado conhecimento das notas. Nos registros do Planalto, tudo regular. Para apurar o indício de “elisão fiscal”, o TCU remeteu o caso à Receita de São Luiz, ao fisco federal e ao Ministério Público.

3. A presidência alugou veículos em Santana do Parnaíba (SP). Emitiram-se 46 notas fiscais. Dezessete foram “calçadas”. Exibem nas primeiras vias o valor de R$ 40.416,90. Nas vias grudadas ao talonário, o montante é bem menor: R$ 3.062,61. Diferença de R$ 37.354,29. Nos arquivos do Planalto, tudo regular. Na dúvida, os documentos foram enviados ao fisco municipal e ao Ministério Público.

4. O Planalto alugou automóveis numa empresa de São Paulo, com filial em Barueri. Gastos confidenciais, realizados entre 2004 e 2005. Valores “superiores a R$ 1 milhão”. Foram aos arquivos do Planalto “notas de locação” sem valor fiscal. Trazem no rodapé a seguinte inscrição: “Dispensada a emissão de nota fiscal de serviços conforme lei complementar nº 116 de 31/07/2003”. Dizem os auditores: “Utilização de documento não-fiscal para omitir receita tributável, com conseqüente dano ao erário público, associado ao possível cometimento de crimes fiscais.” Em visita à filial da empresa em Barueri, o TCU “não conseguiu obter informações confiáveis com os vizinhos sobre a existência da empresa no local.” Os papéis seguiram para o Ministério Público, “órgão que pode direcionar a investigação, inclusive com solicitação de informações protegidas por sigilo, para examinar a possibilidade de realização de operações não detectáveis pelo exame documental.”

5. o Planalto alugou carros em duas locadoras de São Caetano do Sul (SP). Uma emitiu 22 notas fiscais. Ouvido, o fisco municipal informou que os valores não lhe chegaram ao conhecimento. Em visita ao endereço mencionado nas notas, o TCU “não encontrou evidências da existência da empresa.” Em consulta no cadastro de pessoas físicas, descobriu endereço diferente. Nova visita. Verificou-se que, no local, “já funcionou uma locadora de veículos.” A segunda locadora emitiu sete notas. Consultado, o fisco local disse que é “desconhecido o paradeiro” da firma. Em visita ao endereço, o TCU “não encontrou evidências da existência da empresa no período da emissão das notas.” Os auditores foram ao cadastro de CNPJ. Traz outro endereço. Nova visita. Apurou-se que, no local, “já funcionou uma locadora de veículos.”. Tudo regular na prestação de contas do Planalto. O TCU enviou os papéis aos fiscos estadual e municipal e ao Ministério Público.

6. Os auditores identificaram indícios de irregularidades fiscais em outras cinco operações de compra realizadas com cartões de crédito do Planalto. Envolvem de compras em empresas fornecedoras de “material de expediente” a transação efetuada numa firma de confecção de chaves. Gastos miúdos. O mais expressivo (serviços de editoração eletrônica) soma R$ 800 reais. O mais inexpressivo refere-se a “despesa de refeição” realizada na Beline, uma panificadora chique de Brasília. Na via enviada pela casa de pães ao fisco do DF, o valor é R$ 9,44. Na via arquivada no Planalto, está anotado R$ 99,44.

O inquérito do Ministério Público, a cargo da procuradora Eliana Pires Rocha, foi solicitado pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) em dezembro de 2003. O pedido dormitou na gaveta por arrastados quatro anos. Só foi efetivamente acolhido depois que os extratos do cartão da ex-ministra Matilde Ribeiro (Integração Racial) foram pendurados nas manchetes dos jornais. Nesta quarta-feira (6), o governo
aderiu à tese da CPI. Os papéis anexados ao inquérito são peças obrigatórias de qualquer investigação que se pretenda séria.

Por Josias de Souza / http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Alegria De Pobre Dura Pouco!!



Olá amigos, depois de algum tempo apenas repercutindo notícias colhidas de blogs da mais alta confiabilidade jornalística, resolvi fazer pela primeira vez inaugurando meu próprio blog, um pequeno comentário a respeito das publicações abaixo, entituladas: "Um Lula diferente" e "O mesmo Lula de sempre".

Hoje, dando a minha cotidiana navegada nos blogs de política, me deparo com uma publicação no blog do eminente jornalista Josias de Souza, que me deixou de certa forma satisfeito com a notícia, à qual intitulei de "Um Lula Diferente".

No entanto, continuando a minha singela navegação, me deparo com outra notícia no blog do não menos eminente jornalista Ricardo Noblat, que me fez voltar a realidade da nossa verdadeira e infelizmente vergonhosa situação de sempre vivida pelo atual governo à qual entitulei de "O mesmo Lula de sempre!!".

Quem tiver a oportunidade de ler atentamente as matérias a qual me refiro entenderá perfeitamente a minha tristeza e indgnação, pois como diz o ditado: "Alegria de Pobre Dura Pouco"

Obrigado pela atenção.

Publicado por Alex Joseph e Pedro Henrique
02/02/2008 02:39

Um Lula Diferente!!



Lula incorpora Nascimento e grita: ‘Pede pra sair’


Escalada por Lula para promover a integração racial no Brasil, Matilde Ribeiro atingiu, nesta sexta-feira (1), o mais sublime estágio de comunhão com os infelizes de todas as cores. A ministra perdeu o emprego. Integrou-se, afinal. Pertence agora à imensa tribo dos sem-contracheque.

Matilde foi vítima do amadurecimento de Lula. Antes, sempre que um auxiliar era alçado ao noticiário em posição constrangedora, o presidente o cozinhava em banho-Maria. Com Matilde, deu-se o oposto. Ela migrou das páginas dos jornais para o microondas em escassos cinco dias. Foi incinerada.

Lula como que incorporou o espírito do Capitão Nascimento. Depois de crivar Matilde de recados, chamou ao gabinete presidencial a número um nos gastos com cartões de crédito (R$ 171.500 só em 2007). “Número Um, pede pra sair”, gritou Lula Nascimento da Silva. "Pede pra sair, número Um." E Matilde
saiu.

O presidente portou-se diante do problema como nunca antes na história do seu governo. Matilde era uma ministra longeva. Chegara à Esplanada no ano inaugural da era petista, 2003. Em cinco anos, não produzira nada que pudesse ser levado à vítrine. Em cinco dias, converteu-se na personificação da card-mania que acomete o governo. Virou cadáver político. E a Esplanada não é lugar para defuntos.


O MESMO LULA DE SEMPRE


Lula lamenta a demissão de Matilde Ribeiro


A assessoria de Lula divulgou uma carta na qual o presidente lamenta a saída do governo da ministra Matilde Ribeiro, da Secretária de Políticas de Promoção de Igualdade Racial.

Segue a íntegra da carta:

"Prezada Matilde,

Foi com pesar que recebi hoje seu pedido de demissão do cargo de Secretária Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Durante os últimos cinco anos, a SEPPIR, criada no meu governo para abrir caminhos que levem à superação do racismo e à inclusão social e racial, realizou, sob o seu comando, um trabalho extraordinário. Sei das imensas dificuldades, arraigadas por séculos de preconceito, que Vossa Excelência teve de enfrentar no exercício de suas funções. Agradeço-lhe pela firmeza e serenidade demonstradas durante todo esse período.
Por entender as razões políticas do gesto, aceitei seu pedido de demissão. E estou seguro de que a companheira, por quem mantenho intactos o apreço e a confiança, continuará a ser uma das principais referências para todos aqueles que lutam contra o racismo, o preconceito e a exclusão social em nosso país.
Atenciosamente,

Luiz Inácio Lula da Silva


Presidente da República Federativa do Brasil".


Por: Ricardo Noblat / http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

PetroNews


O excesso de esperteza intoxicou a Petrobras.

De petroleira, a estatal converteu-se em agência de publicidade. É, hoje, a principal provedora de “boas notícias” do Palácio do Planalto.
O governo está em apuros? O noticiário azedou? Acalme-se. Seus problemas acabaram! A Petro-Tabajara News tem uma novidade para pendurar nas manchetes. Tupi já deu pro gasto? Recorra-se a Júpiter.

Em novembro do ano passado, Lula estava acossado pela crise do gás. A Petrobras saiu-se com Tupi, um campo capaz de tonificar as reservas nacionais de óleo em 50%. Nos dias seguintes, viriam os detalhes.

Nada pra já, o país saberia nos dias seguintes. A Petrobras extraíra amostras de petróleo de boa qualidade em alto mar, a 7.000 metros de profundidade, em reserva distante da costa de Santos 180 km. Um feito notável.

Mas a viabilidade comercial do empreendimento depende de estudos adicionais e novos investimentos. Dinheiro em volume ainda não esclarecido. Sabe-se apenas que não será pouca grana. Longe disso.

Com alguma sorte, o país conhecerá a extensão real da jazida de Tupi num par de anos. Com mais sorte, saberá, em quatro ou cinco anos, se a extração de óleo em valores comerciais é ou não viável. Coisa para 2013 ou 2014.

Agora, com Edison Lobão atravessado na traquéia dos brasileiros e o fantasma da crise energética a sacudir o lençol sobre o Planalto, a Petrobras traz à tona o gás de
Júpiter. E o faz, de novo, em timbre grandiloqüente.

Vizinha de Tupi, Júpiter pode tornar o Brasil auto-suficiente na produção de gás natural, informa a estatal. Quando? Daqui a seis anos. O gás está situado abaixo da camada de sal, sob rochas, a 5.252 metros de profundidade e a 290 km da costa. Ou seja: mais estudos e novos investimentos.

O Brasil poderá dar uma banana para a Bolívia? Impossível dizer a essa altura. A exemplo do petróleo de Tupi, o tempo dirá se o gás de Júpiter chegará ao continente em valores comerciais.

A petrolífera brasileira foi a primeira companhia a dominar a tecnologia de prospecção em águas profundas (2.000 metros). Dá gosto saber que começa a equipar-se também para a exploração em superprofundidade (até 7.000 metros).

A estatal não deveria permitir que seus êxitos sejam intoxicados pela esperteza política. O excesso de marquetagem retira do espetáculo o prazer que o brasileiro tem de festejar as poucas coisas boas que lhe chegam.

Escrito por Josias de Souza / http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/

A Farra Continua...


deu na folha de s.paulo

Cartões do governo pagam até despesas em joalheria

De Lucas Ferraz:

Os cartões de crédito corporativo do governo federal, indicados para gastos "emergenciais", como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop, conforme dados do Portal da Transparência, site do próprio governo.
Os responsáveis pelas compras afirmaram que a prática é legal e todas as compras eram necessárias. Não foi o que aconteceu com a ministra Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), que pagou despesa de R$ 461,16 em um free-shop em outubro do ano passado. Alertada pelo ministério, ela reconheceu o "engano" e afirmou ter ressarcido o valor à União só neste mês. Assinante do jornal leia mais na
Folha de S.Paulo

E MAIS...

deu na folha de s.paulo

Segurança do Pan teve mais verba que Estados

De Marcelo Beraba:

Os Jogos Pan-Americanos do Rio consumiram 63% do orçamento do Fundo Nacional de Segurança Pública no ano passado. Foram R$ 418 milhões. Com isso, restaram apenas R$ 250 milhões para os programas estaduais e municipais de prevenção e combate à criminalidade. Foi mais do que em 2006 (R$ 199,7 milhões), mas bem menos do que em 2003 (R$ 315,2 milhões).
Para efeito de comparação, o valor equivale aos novos investimentos feitos com orçamento próprio por apenas duas secretarias de Segurança, as de São Paulo e do Rio, em 2007. Como o governo demorou a aprovar os convênios -os primeiros foram liberados em novembro-, eles só serão implantados de fato em 2008.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Até Quando Catilina??


"QVOVSQVE TANDEM ABVTERE, CATILINA, PATIENTIA NOSTRA?
("Até quando, Catilina, abusarás de nossa paciência?")


deu em o estado de s. paulo

Gasto com cartões corporativos é recorde na gestão Lula


Despesa foi de R$ 75,6 mi, 129% a mais do que em 2006, segundo CGU
De Sônia Filgueiras:
Em 2007, o governo federal mais que dobrou suas despesas com cartões corporativos. O Portal da Transparência, mantido na internet pela Controladoria-Geral da União (CGU), mostra que R$ 75,6 milhões foram gastos por intermédio dos cartões, 129% a mais do que em 2006. O desempenho do mais importante programa social do Executivo não chegou nem perto disso: a expansão dos investimentos do Bolsa-Família no ano passado foi de 14,6%. Nos últimos anos, o aumento dos gastos com cartão é crescente. Comparada a 2004, a despesa é 4,3 vezes maior. Leia mais
aqui

Fonte: blog do Noblat / http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Cortando na Carne, Na Nossa!!

ByClayton




A queda da CPMF mostrou que o dinheiro não ia para a saúde mesmo. Nada que não soubéssemos. Sem a CPMF tudo vira objeto de corte. Mas, os deputados e senadores não abrem mão de suas emendas. São elas que lhes garantem voto. Noblat comenta uma reunião que terminou agora a tarde. Vejam o cinismo de Paulo Bernardo. Os salários são congelados, já as emendas... estas são a nota fiscal do apoio ao Lula.

Do Blog do Noblat

Ministros e líderes da base discutem volta da CPMF

Reunidos neste momento, os ministros Paulo Bernardo (Planejamento, Orçamento e Gestão) e José Múcio (Relações Institucionais), líderes, deputados e senadores de partidos da base do governo discutem a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).O retorno do imposto viria atrelado à proposta de reforma tributária que deve ser apresentada em fevereiro no Congresso. A reunião ainda não acabou. Mas alguns parlamentares começam a deixar o ministério com a notícia. O líder do PR, deputado Luciano Castro (RR), disse que a proposta de retomada da CPMF foi bem aceita pela maioria dos líderes. Segundo ele, a idéia é que todo o dinheiro arrecadado seja destinado exclusivamente à área de saúde pública.Atualização das 17:47 - A reunião terminou. Paulo Bernardo saiu dizendo que não é posição do governo o retorno da CPMF. “Se alguém apresentar essa proposta, se o porteiro do Congresso quiser apresentar, aí é outra conversa, o Congresso terá que discutir. Mas não se pode atribuir essa discussão ao governo”. (que cinismo!).
Múcio também tentou abafar o burburinho dos líderes da base aliada. “Não será retomada a CPMF. Iremos enviar uma proposta de reforma tributária em fevereiro. Se quiserem discutir a volta da CPMF no Congresso, podem”.Atualização das 17:58 - Com ou sem a volta da CPMF, o governo continua a quebrar a cabeça para compensar os R$ 40 bilhões perdidos com o fim do imposto. Na reunião de hoje, líderes tentaram costurar uma proposta em que o Congresso contribuiria com uma redução de cerca de R$ 8 bilhões no orçamento.Seria assim: - Ninguém mexeria nas emendas individuais; - Haveria corte de 50% das emendas de bancada. Para o corte, seria analisada a situação de cada bancada. Algumas perderiam mais que 50%, outras menos. Assim, estima-se uma economia de cerca de R$ 6 bilhões; - Por fim, as emendas das comissões seriam zeradas, o que provocaria uma economia de cerca de R$ 2 bilhões.
Paulo Bernardo disse que a proposta será analisada.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O Pior dos Piores



deu na folha de s. paulo

PT é quem mais recebe doações de bancos
De Maria Clara Cabral e Fábio Zanini:


O governo insinua haver relação promíscua da oposição com os banqueiros, mas é o PT o partido que proporcionalmente mais tem recebido doações do setor financeiro.
Segundo dados da prestação de contas dos partidos ao TSE, o PT recebeu, em 2006 (último dado disponível), 19,26% de suas doações de bancos.
Foram R$ 8,33 milhões de um total de R$ 43,23 milhões que entraram nos cofres do partido. O setor bancário foi o segundo maior doador para a sigla em 2006, perdendo apenas para as empreiteiras, que doaram R$ 12,47 milhões.

Fonte: Blog do Noblat / http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

Lulinha x Lulão, Mimos e Corrupção




JOSÉ DIRCEU LEMBROU QUE NÃO ESQUECE...

Por Elio Gaspari, FSP


Na extensa entrevista peripatética (três países em seis dias) à repórter Daniela Pinheiro, da revista "Piauí", o comissário José Dirceu mostrou que as "malas de dinheiro" do PT estão todas guardadas no cofre de sua memória.
Ele permitiu que uma fina observadora retratasse sua vida fora do poder e o vulcão que dorme sob a serenidade compulsória que se impôs. A reportagem valerá mais para quem a ler de cabo a rabo.O comissário foi duro com Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, filho de Nosso Guia(Presidente Lula) e sócio da Gamecorp, empresa de vídeo bafejada em 2005 por uma sociedade milionária com a Telemar.
A operadora de telefonia, que tem 45% de seu capital nas mãos do BNDES e dos fundos de pensão do comissariado, comprou por R$ 5 milhões uma participação na empresa, "Para o Lulinha não importa a verdade. (...) Ele quer melhorar a história. Ele fabula. Pegava pesado".
Quando Dirceu procurou Nosso Guia, para tratar desse embaraço, ouviu o seguinte: "Você vai ficar enchendo o meu saco por causa do Lulinha, Zé Dirceu?" (O comissário desmentiu a reportagem informando que Lulinha seria outra pessoa. Fica faltando explicar a reação do Lulão.)
A severidade de Dirceu com o jovem empresário é recente. Em agosto passado, ele via com outros olhos as qualidades de Lulinha e seu sócio Kalil Bittar: "Eles têm qualidade. (...) Se não valessem no mercado o que eles valem, não tivessem qualidade, aí podia levantar suspeitas. Tem que provar que foi favorecimento".
Recordar é viver: quando o marechal Castello Branco leu no jornal que seu irmão havia recebido um carro de presente dos colegas da Receita Federal, telefonou para ele e mandou que devolvesse o mimo. O irmão procurou argumentar, e o presidente interrompeu:"Você não entendeu. Afastado do cargo você já está. Estamos decidindo agora se você vai preso ou não".
Castello não achou que estivessem querendo encher o seu saco. O episódio era contado, com justo orgulho, por seu filho Paulo.


Fonte: Blog da Marta Bellini http://blogdamartabellini.blogspot.com/

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Um PresiMENTE de Palavra




Deu em O Estado de S. Paulo

Infidelidade e deboche

Quanto vale hoje a palavra do presidente Luiz Inácio Lula da Silva? Deveria ainda ter algum valor, quando a oposição aceitou, no mês passado, sua promessa de não elevar tributos para compensar o fim da CPMF, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Em troca, a oposição apoiaria a renovação da DRU, a Desvinculação de Receitas da União. Pois o presidente conseguiu baixar ainda mais sua credibilidade, ao assinar, no primeiro dia útil do ano, dois atos de majoração tributária. Mas o triste exercício de autodesmoralização não terminou aí. Nesse quesito, esse governo não se contenta com pouco.

Ao anunciar as novidades, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, conseguiu agravar com o deboche o rompimento do compromisso. “O compromisso do presidente Lula era não promover alta de impostos em 2007. E de fato não o fez. Estamos fazendo em 2008, o que está dentro do programado”, disse o ministro. Com essa declaração, mostrou-se à altura de seu companheiro Marco Aurélio Garcia, o assessor presidencial flagrado ao festejar com gestos obscenos uma notícia sobre o acidente da TAM.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Lula e a lei de Gerson




Por: Ricardo Noblat; http://oglobo.globo.com/pais/noblat/


Lula, o adepto da tese de levar vantagem em tudo

A lei nº 11.300 proíbe a distribuição gratuita por parte da administração pública de "bens, valores ou benefícios" em ano eleitoral.

Por que? Para evitar que a a administração pública beneficie partidos ou candidatos em detrimento de outros. É o princípio da igualdade de oportunidades para todos.

O que fez Lula o esperto, o malandro, o interessado em levar vantagem em tudo?

A três dias do final do ano passado, editou uma Medida Provisória para ampliar o programa Bolsa Família. Ele passará a conceder a partir de agora um bônus de R$ 30,00 para adolescentes de 16 e 17 anos.

No caso de uma família inscrita no programa e que tenha três filhos de até 15 anos e dois de 16 ou 17, por exemplo, ela passará a receber R$ 172,00 ao invés dos atuais R$ 112,00.
2008 é ano de eleição de prefeitos e vereadores. Daí a pressa de Lula em se valer do recurso da Medida Provisória.

Haverá alguma alma no Congresso com coragem para se opor a mais um reajuste da mesada paga pelo Bolsa Família? Duvido. Quem se arriscará a ser execrado como inimigo dos pobres?
E assim Lula forra a cama para aconchegar sua popularidade e facilitar a vida dos que lhe dizem amém.

Já é 2008





Por Giulio Sanmartini, Itália, BLOG Prosa e Política

Lula Não é Bobo!!

O discurso de Lula na TV, ontem, foi soft. Não há novidade nenhuma em um governante ser ufanista, não é mesmo? “Nunca antes isso”, “nunca antes aquilo” etc e tal. Enquanto a realidade econômica do mundo for esta que aí está, Lula será este que está aí. Eis uma boa síntese. A verdade é a seguinte: inflação baixa e crescimento econômico, ainda que nada espantoso, fazem um bem danado ao governo. E lhe permitem vender como verdadeiras algumas empulhações. Uma delas é grosseira:os tais programas sociais estariam na base da formação do tal mercado de massas no país, o que é mentira.
Esse mercado existe por causa do crescimento. E o crescimento existe porque Lula deixou rodando o modelo que herdou do seu antecessor, embalado, agora, pela expansão da economia mundial. Ele sabe disso. Isso é fato. Mas a propaganda lhe permite contar outra história. E seria demais exigir de Lula que dissesse a verdade.
A parte do Brasil que dá certo é justamente aquela que prova a falência de todas as teses petistas.
Eles eram contra o regime de metas de inflação. Mantido.Eles achavam o superávit primário mera doação de dinheiro a banqueiros. Foi ampliado.Eles eram contra as privatizações – aderiram.
Na parte que lhes cabe ser original, fazem besteira: elevação desnecessária de gastos públicos, por exemplo. Somados ao aquecimento da demanda, a inflação se anuncia como o problema de 2008. Lula também canta as glórias da elevação da renda – que, atenção, já conheceu picos mais elevados no governo FHC, ainda não-superados pelo lulismo, com a diferença notória de que o mundo, agora, joga a favor do Brasil.
Nos oito anos de FHC, cinco crises jogaram contra. É bem provável que Lula termine o seu segundo mandato sem que nada (que NÃO dependesse de sua intervenção) tenha dado errado – não sei se atentam para a sutileza.Ao lamentar a não-aprovação da CPMF, afirmou:“Na saúde, no começo de dezembro, lançamos o PAC, que destinaria até 2010 mais R$ 24 bilhões para o setor. Entre outras coisas, todas as crianças das escolas públicas passariam a ter consultas médicas regulares, inclusive com dentistas e oculistas. Infelizmente, esse processo foi truncado com a derrubada da CPMF, responsável em boa medida pelos investimentos na saúde. Como democrata, respeito a decisão tomada pelo Congresso. E estou convencido de que o governo, o Congresso e a sociedade, juntos, encontrarão uma solução para o problema.”É uma variante daquela sua afirmação formidável de que a Saúde estava “próxima da perfeição”.
As crianças brasileiras conheceriam agora o nirvana, mas os malvados do Congresso impediram.
Os tocadores de tuba queriam que ele pegasse mais pesado, que saísse demonizando as oposições. Mas ele, que burro não é, preferiu o caminho do ufanismo.Entendam bem: se Lula insistisse na história de que a Saúde pode caminhar para o caos, haveria de se lhe perguntar o óbvio: o que seu governo fez com a CPMF até agora?
Então ele prefere falar dos supostos benefícios adicionais que deixarão de existir sem a contribuição. Lula é melhor do que os tocadores de tuba e os jornalistas “dualéticos”. Pelos menos não é burro.