segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Mentiras e Verdades Sobre o Mesmo Tema


Deu no Blog do Josias de Souza.

As Mentiras:

Enquanto seus operadores políticos cobrem a oposição de mimos, Lula desce o sarrafo retórico em seus rivais. De passagem por Macapá (AP), o presidente voltou a soltar a língua
. Parece empenhado em caracterizar a CPMF no confronto de ricos sonegadores contra os pobres assistidos por seu governo.

Abaixo, algumas das frases pronunciadas pelo presidente na última sexta-feira (7):1.


"Lá no Senado tem algumas pessoas, não todas, nos partidos de oposição, que não querem e não aceitam que esse país dê certo. Não querem e não aceitam e muito menos admitem o sucesso de um torneiro mecânico na Presidência da República.

"2. "Alguns senadores que não querem que o país dê certo querem abolir esse imposto, que é justo porque é distributivo, que só atinge 13 milhões de pessoas. É o famoso imposto do cheque. E 80% do povo brasileiro não tem cheque.

"3. "Os que são contra são aqueles que adorariam sonegar, como sonegaram a vida inteira.

"4. "Sabemos que a hora em que tirar R$ 40 bilhões [do Orçamento], quem vai sofrer são prefeitos e governadores. Na hora de cortar R$ 40 bilhões, vamos ter que tirar de algum lugar

"5. "Quero pedir ao Waldez [Góes, governador do Amapá] e ao [Roberto] Requião [governador do Paraná] que digam para senadores que não querem que o país dê certo que tentem me prejudicar de outras formas. Que subam na tribuna e passem 24 horas falando mal de mim, mas não prejudiquem a parte mais pobre que será a beneficiária da CPMF."O senador José Sarney (PMDB-AP), que acompanhava Lula, mereceu do orador referências reconfortantes. O presidente lembrou que, depois da morte de Tancredo Neves, “tinha gente no PMDB que não admitia que Sarney fosse presidente.” Também no caso de Sarney, disse ele, “tinha mais gente querendo que ele não desse certo do que desse certo.”Lula não esclareceu se, a seu juízo, Sarney deu ou não deu certo. Limitou-se a afirmar que o ex-presidente “comeu o pão que o diabo amassou.” Nesse ponto, é difícil tirar-lhe a razão. É preciso lembrar que belzebu não foi o único a torcer pelo infortúnio de Sarney. O PT, à época uma combativa legenda de oposição, ajudou a amassar a massa do pão. Lula, por exemplo, chamava o hoje aliado de
“ladrão.”

Comentário:
Lula
jogou sujo! 80% dos pobres não têm cheque? Por que?
a) porque nem têm emprego;
b) guardam o dinheiro embaixo dos colchões como Collor?
c) têm cartão de crédito?
d) blá blá.....


Deu em o Globo.

A Verdade:

CPMF - Pobre paga mais do que rico

Do colunista Merval Perereira:

Ao mesmo tempo em que, no Senado, as negociações de última hora reafirmam a provável derrota do governo na prorrogação da CPMF, novos estudos técnicos demonstram que, ao contrário do que o governo alega, a contribuição atinge mais os pobres do que os ricos, e de maneira radical.
A professora Maria Helena Zockun, da Fipe, que coordenou uma proposta de reforma fiscal para a Fecomércio, aproveitou cálculos realizados pela revista da USP ano passado e converteu o peso da CPMF em proporção da renda de cada bloco de família. O estudo muito detalhado dos economistas Nelson Paes e Mirta Noemi sobre parâmetros tributários apurou quanto da CPMF incide sobre o consumo das famílias brasileiras, divididas em dez classes de renda e por tipo de consumo.
Por ser um tributo indireto em sua maior parte, as empresas repassam a CPMF para o preço dos produtos comprados pelas famílias, e assim a alíquota de 0,38% acaba virando entre 1,31% a 1,33% sobre o que gastam com consumo, não havendo praticamente diferença entre ricos e pobres, que pagam o mesmo sobre o consumo. Ao converter o peso da CPMF para cada renda familiar proporcionalmente, porém, a professora chegou a um quadro de desigualdade flagrante.
Segundo o estudo, como quem ganha menos gasta uma parcela maior de sua renda com o consumo do que os que ganham mais, e os de renda mais baixa gastam tudo que ganham e às vezes até mais, o resultado é que, em proporção de renda, os pobres pagam mais CPMF do que os ricos. Quanto maior a renda, menor a carga de CPMF, justamente ao contrário do discurso do Planalto.

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